Liturgia diária

Agenda litúrgica

2024-03-29

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Vermelho.
Ofício divino com as particularidades indicadas no Próprio.

CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
L 1 Is 52, 13 – 53, 12; Sl 30 (31), 2 e 6. 12-13. 15-16. 17 e 25
L 2 Heb 4, 14-16 – 5, 7-9
Ev Jo 18, 1 – 19, 42

* Em todas as dioceses de Portugal – Ofertas para os Lugares Santos de Jerusalém.
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofertas para os Lugares Santos de Jerusalém.
* Aqueles que participam na celebração da Paixão do Senhor, não dizem Vésperas.
* Completas dep. II Vésp. dom.

 

Ano B

Missa

 

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

1. Hoje e amanhã, segundo uma tradição antiquíssima, a Igreja não celebra os sacramentos, a não ser o da Penitência e o da Unção dos Enfermos.
2. Neste dia, a sagrada Comunhão só pode ser distribuída aos fiéis durante a celebração da Paixão do Senhor. Aos doentes que não podem tomar parte nesta celebração, pode levar-se a qualquer hora do dia.
3. O altar deve estar totalmente despido: sem cruz, sem candelabros, sem toalhas.

Celebração da Paixão do Senhor

4. Na tarde deste dia, por volta das três horas – a não ser que razões de ordem pastoral aconselhem outra hora mais tardia –, faz-se a celebração da Paixão do Senhor, que consta de três partes: liturgia da palavra, adoração da cruz e sa­grada comunhão.
5. O sacerdote e o diácono, se está presente, revestidos de paramentos vermelhos como para a Missa, dirigem-se ao altar em silêncio e, feita a devida reverência ao altar, prostram-se de rosto por terra, ou, se parecer mais conveniente, põem-se de joelhos e oram em silêncio durante um breve espaço de tempo. Todos os outros se põem de joelhos.
6. Depois, o sacerdote, com os ministros, dirige-se para a sua cadeira e dali, vol­tado para o povo, diz, de braços abertos, uma das orações seguintes, omitindo o convite Oremos:

ORAÇÃO
Não se diz Oremos.
Lembrai-Vos das vossas misericórdias, Senhor;
santificai e protegei sempre os vossos servos,
para os quais Jesus Cristo, vosso Filho,
instituiu no seu Sangue o mistério pascal.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

Ou
Senhor nosso Deus,
que, pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo,
destruístes a morte, herança do antigo pecado
transmitida a todo o género humano,
fazei que, renovados à imagem do vosso Filho,
assim como, pela nossa natureza,
levamos a imagem do homem terrestre,
levemos também, pela vossa graça,
a imagem do homem celeste.
Por Cristo nosso Senhor.


Primeira parte
Liturgia da palavra


7. Todos se sentam e faz-se a primeira leitura, do livro do profeta Isaías (52, 13 – 53, 12), com o respetivo salmo.



LEITURA I Is 52, 13 – 53, 12
Escolhido por Deus para libertar da opressão do pecado o Seu Povo, o «Servo» realizará na humilhação e na dor a sua missão de resgate. Rei e profeta, será também consagrado, com a unção do «Servo», para exercer a função sacerdotal de mediador. Pelo sacrifício da sua vida, oferecido a favor dos homens e em sua substituição, reconciliará os homens com Deus. No seu aniquilamento conhecerá a glorificação: o seu sacrifício dará origem a uma humanidade nova.
Apresentando a figura misteriosa do «Servo» é Jesus Cristo que o profeta anuncia. Ele é o «Servo de Deus». Da Sua morte nascerá um novo Povo, a Igreja.


Leitura do Livro de Isaías
Vede como vai prosperar o meu servo: subirá, elevar-se-á, será exaltado. Assim como, à sua vista, muitos se encheram de espanto ¬¬– tão desfigurado estava o seu rosto que tinha perdido toda a aparência de um ser humano ¬¬– assim se hão de encher de assombro muitas nações e, diante dele, os reis ficarão calados, porque hão de ver o que nunca lhes tinham contado e observar o que nunca tinham ouvido. Quem acreditou no que ouvimos dizer? A quem se revelou o braço do Senhor? O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz numa terra árida, sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar, nem aspecto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, acostumado ao sofrimento, era como aquele de quem se desvia o rosto, pessoa desprezível e sem valor para nós. Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores. Mas nós víamos nele um homem castigado, ferido por Deus e humilhado. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas e esmagado por causa das nossas iniquidades. Caiu sobre ele o castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, cada qual seguia o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós. Maltratado, humilhou-se voluntariamente e não abriu a boca. Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca. Foi eliminado por sentença iníqua, mas quem se preocupa com a sua sorte? Foi arrancado da terra dos vivos e ferido de morte pelos pecados do seu povo. Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e um túmulo no meio de malfeitores, embora não tivesse cometido injustiça, nem se tivesse encontrado mentira na sua boca. Aprouve ao Senhor esmagar o seu servo pelo sofrimento. Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias e a obra do Senhor prosperará em suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado na sua sabedoria. O justo, meu servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades. Por isso, Eu lhe darei as multidões como prémio e terá parte nos despojos no meio dos poderosos; porque ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os malfeitores, tomou sobre si as culpas das multidões e intercedeu pelos pecadores.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 30 (31), 2.6.12-13.15-16.17.25 (R. Lc 23, 46)
Refrão: Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito. Repete-se

Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me. Refrão

Tornei-me o escárnio dos meus inimigos,
o desprezo dos meus vizinhos
e o terror dos meus conhecidos:
todos evitam passar por mim.
Esqueceram-me como se fosse um morto,
tornei-me como um objeto abandonado. Refrão

Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem. Refrão

Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.
Tende coragem e animai-vos,
vós todos que esperais no Senhor. Refrão


8. Segue-se a segunda leitura, da Epístola aos Hebreus (4, 14-16; 5, 7-9), e o cântico de aclamação ao Evangelho.

LEITURA II Heb 4, 14-16; 5, 7-9
Solidário com o homem, em virtude da natureza humana que assumiu, com todas as limitações e sofrimentos, Jesus Cristo não é apenas o «Homem das dores», apresentado por Isaías. É também o nosso Sumo Sacerdote e o único Mediador entre Deus e os homens. Pelo seu sacrifício de obediência, que o levou à cruz Ele resgatou a humanidade e com a confiança do Pai, restituiu-lhe a misericórdia e a graça. A sua morte foi causa da nossa salvação.

Leitura da Epístola aos Hebreus
Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de Se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, exceto no pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança, ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno. Nos dias da sua vida mortal, Ele dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte, e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento. E, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se, para todos os que Lhe obedecem, causa de salvação eterna.
Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Filip 2, 8-9
Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo. Repete-se

Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes. Refrão


9. Depois, lê-se a história da Paixão do Senhor segundo são João (18, 1 – 19, 42), na forma indicada no domingo anterior.

EVANGELHO Jo 18, 1 __ 19, 42
O discípulo predileto de Jesus foi aquele que, mais de perto, viveu a sua Paixão. No relato que dela nos transmitiu, deixa, sobretudo, transparecer a sua admiração pela maneira como Jesus enfrenta a morte. Não é, na verdade, como um vencido pelo sofrimento que avança para ela. Consciente de que chegara a Sua «Hora», encaminha-Se, livremente e como senhor dos acontecimentos, a cumprir a ação solene, que havia predito e constitui a sua missão. Acompanhando-O no Seu sofrimento, João vê n'Ele o Verbo Encarnado, O Verdadeiro Cordeiro de Deus, cujo Sacrifício redentor se prolongará, sacramentalmente, na Igreja, presente em Maria que junto da Cruz de Jesus e ao lado do Evangelista, se associava à geração da nova humanidade.

N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São João
Naquele tempo,
Jesus saiu com os seus discípulos
para o outro lado da torrente do Cedron.
Havia lá um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos.
Judas, que O ia entregar, conhecia também o local,
porque Jesus Se reunira lá muitas vezes
com os discípulos.
Tomando consigo uma companhia de soldados
e alguns guardas,
enviados pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus,
Judas chegou ali, com archotes, lanternas e armas.
Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer,
adiantou-Se e perguntou-lhes:
J «A quem buscais?».
N Eles responderam-Lhe:
R «A Jesus, o Nazareno».
N Jesus disse-lhes:
J «Sou Eu».
N Judas, que O ia entregar, também estava com eles.
Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu»,
recuaram e caíram por terra.
Jesus perguntou-lhes novamente:
J «A quem buscais?».
N Eles responderam:
R «A Jesus, o Nazareno».
N Disse-lhes Jesus:
J «Já vos disse que sou Eu.
Por isso, se é a Mim que buscais,
deixai que estes se retirem».
N Assim se cumpriam as palavras que Ele tinha dito:
«Daqueles que Me deste, não perdi nenhum».
Então, Simão Pedro, que tinha uma espada,
desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro:
J «Mete a tua espada na bainha.
Não hei de beber o cálice que meu Pai Me deu?».
N Então, a companhia de soldados,
o oficial e os guardas dos judeus
apoderaram-se de Jesus e manietaram-n’O.
Levaram-n’O primeiro a Anás,
por ser sogro de Caifás,
que era o sumo sacerdote nesse ano.
Caifás é que tinha dado o seguinte conselho aos judeus:
«Convém que morra um só homem pelo povo».
Entretanto, Simão Pedro seguia Jesus
com outro discípulo.
Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote
e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote,
enquanto Pedro ficava à porta, do lado de fora.
Então o outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote,
falou à porteira e levou Pedro para dentro.
A porteira disse a Pedro:
R «Tu não és dos discípulos desse homem?».
N Ele respondeu:
R «Não sou».
N Estavam ali presentes os servos e os guardas,
que, por causa do frio, tinham acendido um braseiro
e se aqueciam.
Pedro também se encontrava com eles a aquecer-se.
Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus
acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus respondeu-lhe:
J «Falei abertamente ao mundo.
Sempre ensinei na sinagoga e no templo,
onde todos os judeus se reúnem,
e não disse nada em segredo.
Porque Me interrogas?
Pergunta aos que Me ouviram o que lhes disse:
eles bem sabem aquilo de que lhes falei».
N A estas palavras, um dos guardas que estava ali presente
deu uma bofetada a Jesus e disse-Lhe:
R «É assim que respondes ao sumo sacerdote?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Se falei mal, mostra-Me em quê.
Mas, se falei bem, porque Me bates?».
N Então Anás mandou Jesus manietado
ao sumo sacerdote Caifás.
Simão Pedro continuava ali a aquecer-se.
Disseram-lhe então:
R «Tu não és também um dos seus discípulos?».
N Ele negou, dizendo:
R «Não sou».
N Replicou um dos servos do sumo sacerdote,
parente daquele a quem Pedro cortara a orelha:
R «Então eu não te vi com Ele no jardim?».
N Pedro negou novamente,
e logo um galo cantou.
Depois, levaram Jesus da residência de Caifás ao Pretório.
Era de manhã cedo. Eles não entraram no pretório, para
não se contaminarem e assim poderem comer a Páscoa.
Pilatos veio cá fora ter com eles e perguntou-lhes:
R «Que acusação trazeis contra este homem?».
N Eles responderam-lhe:
R «Se não fosse malfeitor, não t’O entregávamos».
N Disse-lhes Pilatos:
R «Tomai-O vós próprios, e julgai-O segundo a vossa lei».
N Os judeus responderam:
R «Não nos é permitido dar a morte a ninguém».
N Assim se cumpriam as palavras que Jesus tinha dito,
ao indicar de que morte ia morrer.
Entretanto, Pilatos entrou novamente no pretório,
chamou Jesus e perguntou-Lhe:
R «Tu és o Rei dos judeus?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «É por ti que o dizes,
ou foram outros que to disseram de Mim?».


N Disse-Lhe Pilatos:
R «Porventura sou eu judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes
é que Te entregaram a Mim.
Que fizeste?».
N Jesus respondeu:
J «O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que Eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui».
N Disse-Lhe Pilatos:
R «Então, Tu és Rei?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «É como dizes: sou Rei.
Para isso nasci e vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».
N Disse-Lhe Pilatos:
R «Que é a verdade?».
N Dito isto, saiu novamente para fora e declarou aos judeus:
R «Não encontro neste homem culpa nenhuma.
Mas vós estais habituados
a que eu vos solte alguém pela Páscoa.
Quereis que vos solte o Rei dos judeus?».
N Eles gritaram de novo:
R «Esse não. Antes Barrabás».
N Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou que levassem Jesus
e O açoitassem.
Os soldados teceram uma coroa de espinhos,
colocaram-Lha na cabeça
e envolveram Jesus num manto de púrpura.
Depois aproximavam-se d’Ele e diziam:
R «Salve, Rei dos judeus».
N E davam-Lhe bofetadas.
Pilatos saiu novamente para fora e disse:
R «Eu vo-l’O trago aqui fora,
para saberdes que não encontro n’Ele culpa nenhuma».

N Jesus saiu,
trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura.
Pilatos disse-lhes:
R «Eis o homem».
N Quando viram Jesus,
os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram:
R «Crucifica-O! Crucifica-O!».
N Disse-lhes Pilatos:
R «Tomai-O vós mesmos e crucificai-O,
que eu não encontro n’Ele culpa alguma».
N Responderam-lhe os judeus:
R «Nós temos uma lei
e, segundo a nossa lei, deve morrer,
porque Se fez Filho de Deus».
N Quando Pilatos ouviu estas palavras, ficou assustado.
Voltou a entrar no pretório e perguntou a Jesus:
R «Donde és Tu?».
N Mas Jesus não lhe deu resposta.
Disse-Lhe então Pilatos:
R «Não me falas? Não sabes que tenho poder
para Te soltar e para Te crucificar?».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Nenhum poder terias sobre Mim,
se não te fosse dado do alto.
Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado».
N A partir de então, Pilatos procurava libertar Jesus.
Mas os judeus gritavam:
R «Se O libertares, não és amigo de César:
todo aquele que se faz rei é contra César».
N Ao ouvir estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora
e sentou-se no tribunal,
no lugar chamado «Lagedo», em hebraico «Gabatá».
Era a Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia.
Disse então aos judeus:
R «Eis o vosso Rei!».
N Mas eles gritaram:
R «À morte, à morte! Crucifica-O!».


N Disse-lhes Pilatos:
R «Hei-de crucificar o vosso Rei?».
N Replicaram-lhe os príncipes dos sacerdotes:
R «Não temos outro rei senão César».
N Entregou-lhes então Jesus, para ser crucificado.
E eles apoderaram-se de Jesus.
Levando a cruz,
Jesus saiu para o chamado Lugar do Calvário,
que em hebraico se diz Gólgota.
Ali O crucificaram, e com Ele mais dois:
um de cada lado e Jesus no meio.
Pilatos escreveu ainda um letreiro
e colocou-o no alto da cruz; nele estava escrito:
«Jesus, o Nazareno, Rei dos judeus».
Muitos judeus leram esse letreiro,
porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado
era perto da cidade.
Estava escrito em hebraico, grego e latim.
Diziam então a Pilatos
os príncipes dos sacerdotes dos judeus:
R «Não escrevas: ‘Rei dos judeus’,
mas que Ele afirmou: ‘Eu sou o Rei dos judeus’».
N Pilatos retorquiu:
R «O que escrevi está escrito».
N Quando crucificaram Jesus,
os soldados tomaram as suas vestes,
das quais fizeram quatro lotes, um para cada soldado,
e ficaram também com a túnica.
A túnica não tinha costura:
era tecida de alto a baixo como um todo.
Disseram uns aos outros:
R «Não a rasguemos, mas lancemos sortes,
para ver de quem será».
N Assim se cumpria a Escritura:
«Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica».
Foi o que fizeram os soldados.
Estavam junto à cruz de Jesus
sua Mãe, a irmã de sua Mãe,
Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Ao ver sua Mãe e o discípulo predileto,
Jesus disse a sua Mãe:
J «Mulher, eis o teu filho».
N Depois disse ao discípulo:
J «Eis a tua Mãe».
N E a partir daquela hora,
o discípulo recebeu-a em sua casa.
Depois, sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
J «Tenho sede».
N Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
J «Tudo está consumado».
N E, inclinando a cabeça, expirou.
N Por ser a Preparação, e para que os corpos
não ficassem na cruz durante o sábado,
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados
trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso Lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«hão de olhar para Aquele que trespassaram».
Depois disto, José de Arimateia,
que era discípulo de Jesus,
embora oculto por medo dos judeus,
pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus.
Pilatos permitiu-lho.
José veio então tirar o corpo de Jesus.
Veio também Nicodemos,
aquele que, antes, tinha ido de noite ao encontro de Jesus.
Trazia uma mistura de quase cem libras de mirra e aloés.
Tomaram o corpo de Jesus
e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes,
como é costume sepultar entre os judeus.
No local em que Jesus tinha sido crucificado,
havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo,
no qual ainda ninguém fora sepultado.
Foi aí que, por causa da Preparação dos judeus,
porque o sepulcro ficava perto,
depositaram Jesus.
Palavra da salvação.


10. Após a leitura da Paixão do Senhor, o sacerdote faz uma breve homilia; no fim da homilia, o sacerdote pode convidar os fiéis a permanecer em oração silenciosa durante um breve espaço de tempo.

Oração universal

11. A liturgia da palavra termina com a oração universal, que se faz do seguinte modo: o diácono, se está presente, ou, na falta dele, um ministro leigo, diz, no ambão, a exortação com que é indicada a intenção da oração. Em seguida, todos oram em silêncio durante uns momentos. Finalmente, o sacerdote, da sua sede, ou, conforme as circunstâncias, do altar, diz, de braços abertos, a oração.
Durante todo o tempo da oração universal, os fiéis podem estar de joelhos ou de pé.

12. Antes da oração do sacerdote, podem utilizar-se os tradicionais convites do diácono Ajoelhemos __ Levantai-vos, com um espaço de tempo de oração em silêncio, que todos fazem de joelhos.
Contudo, as Conferências Episcopais podem prever outras fórmulas de convite para introduzir a oração do sacerdote.

13. Em caso de grave necessidade pública, pode o bispo diocesano autorizar ou até decretar que se junte uma intenção especial.
A oração diz-se no tom simples, ou, caso se utilizem os convites do diácono Ajoelhemos __ Levantai-vos (Flectamus genua __ Levate), no tom solene.


I. Pela santa Igreja
Oremos, irmãos caríssimos,
pela santa Igreja de Deus,
para que o Senhor lhe dê a paz,
a confirme na unidade
e a proteja em toda a terra;
e a todos nós conceda uma vida calma e tranquila,
para glória de Deus Pai todo-poderoso.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
que, em Jesus Cristo, revelastes a vossa glória
a todos os povos da terra,
protegei a obra da vossa misericórdia,
para que a Igreja, dispersa por todo o mundo,
persevere firme na fé,
para dar testemunho do vosso nome.
Por Cristo nosso Senhor.

II. Pelo Papa
Oremos pelo nosso Santo Padre, o Papa N.,
para que Deus nosso Senhor, que o elevou ao episcopado,
o conserve e defenda na sua Igreja
para governar o povo santo de Deus.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
que tudo governais com sabedoria,
atendei favoravelmente as nossas súplicas
e, por vossa bondade,
protegei o Pastor que escolhestes para a vossa Igreja,
a fim de que o povo cristão,
governado por Vós, sob a direção do Sumo Pontífice,
progrida sempre na fé.
Por Cristo nosso Senhor.

III. Por todos os ministros e pelos fiéis
Oremos pelo nosso Bispo N.
o nosso bispo coadjutor (ou auxiliar) N.
Ou, os nossos bispos auxiliares.
e por todos os bispos, presbíteros e diáconos,
pelos que exercem na Igreja algum ministério
e por todo o povo de Deus.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
cujo Espírito santifica e governa todo o corpo da Igreja,
ouvi as súplicas que Vos dirigimos
por todos os membros da comunidade cristã
e fazei que, ajudados pela vossa graça,
todos Vos sirvam com fidelidade.
Por Cristo nosso Senhor.

IV. Pelos catecúmenos
Oremos pelos (nossos) catecúmenos,
para que Deus nosso Senhor os ilumine interiormente
e lhes abra as portas da sua misericórdia,
de modo que, recebendo o perdão de todos os seus pecados,
pela água regeneradora do Batismo,
sejam incorporados em nosso Senhor Jesus Cristo.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
que dais continuamente novos filhos à vossa Igreja,
aumentai a fé e a sabedoria dos (nossos) catecúmenos,
de modo que, renascendo na fonte batismal,
sejam contados entre os vossos filhos de adoção.
Por Cristo nosso Senhor.

V. Pela unidade dos cristãos
Oremos por todos os nossos irmãos que creem em Cristo,
para que Deus nosso Senhor lhes dê a graça
de viverem a verdade em suas obras
e os reúna e guarde na unidade da sua Igreja.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
que reunis os vossos fiéis dispersos
e os conservais na unidade,
olhai propício para todo o povo de Cristo,
para que vivam unidos pela integridade da fé
e pelo vínculo da caridade
todos aqueles que foram consagrados pelo mesmo Batismo.
Por Cristo nosso Senhor.

VI. Pelos judeus
Oremos pelo povo judeu,
para que Deus nosso Senhor,
que falou aos seus pais pelos antigos Profetas,
o faça progredir no amor do seu nome
e na fidelidade à sua aliança.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
que confiastes as vossas promessas
a Abraão e à sua descendência,
atendei com bondade as preces da vossa Igreja,
para que o povo da primeira aliança
alcance a plenitude da redenção.
Por Cristo nosso Senhor.

VII. Pelos que não creem em Cristo
Oremos pelos que não creem em Cristo,
para que, iluminados pelo Espírito Santo,
possam também eles encontrar o caminho da salvação.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
concedei aos que não creem em Cristo
que vivam de coração sincero na vossa presença,
a fim de encontrar a verdade;
e a nós, vossos filhos, concedei também a graça
de entrar profundamente no mistério de Cristo
e de o viver fielmente na união da fraterna caridade,
para darmos ao mundo o testemunho perfeito do vosso amor.
Por Cristo nosso Senhor.

VIII. Pelos que não creem em Deus
Oremos pelos que não creem em Deus,
para que, pela retidão e sinceridade da sua vida,
cheguem ao conhecimento do verdadeiro Deus.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
que criastes os homens para que Vos procurem,
de modo que só em Vós descanse o seu coração,
concedei-lhes que, no meio das suas dificuldades,
compreendendo os sinais do vosso amor
e o testemunho dos crentes,
todos se alegrem de Vos reconhecer
como único Deus verdadeiro e Pai de todos os homens.
Por Cristo nosso Senhor.

IX. Pelos governantes
Oremos pelos governantes de todas as nações,
para que Deus nosso Senhor dirija a sua mente e o seu coração
segundo a sua vontade,
para buscarem sempre a verdadeira paz
e a liberdade de todos os povos.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
em cujas mãos estão os corações dos homens
e os direitos dos povos,
assisti os nossos governantes, para que, com o vosso auxílio,
se fortaleça em toda a terra a prosperidade das nações,
a segurança da paz e a liberdade religiosa.
Por Cristo nosso Senhor.

X. Pelos atribulados
Oremos, irmãos, a Deus Pai todo-poderoso,
para que livre o mundo de todos os erros,
afaste as doenças e a fome em toda a terra,
abra as portas das prisões e liberte os oprimidos,
proteja os que viajam
e reconduza ao seu lar os emigrantes e os desterrados,
dê saúde aos enfermos e a salvação aos moribundos.

Oração em silêncio. Depois, o sacerdote diz:
Deus eterno e omnipotente,
consolação dos tristes e fortaleza dos que sofrem,
ouvi as súplicas dos que Vos invocam nas tribulações,
para que todos tenham a alegria
de encontrar em suas dificuldades
o auxílio da vossa misericórdia.
Por Cristo nosso Senhor.


Segunda parte
Adoração da santa Cruz


14. Terminada a oração universal, faz-se a adoração solene da santa Cruz.
Das duas formas da apresentação da Cruz, que a seguir se propõem, escolha-se a que parecer mais conveniente, segundo as exigências pastorais.

APRESENTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Primeira forma
15. O diácono, com os ministros, ou outro ministro idóneo, vai à sacristia, da qual traz processionalmente a Cruz, coberta com um véu de cor roxa, e, acompanhado por dois ministros com velas acesas, leva-a através da igreja até ao meio do presbitério.
O sacerdote, de pé, diante do altar, voltado para o povo, pega na Cruz, descobre-a um pouco na parte superior, levanta-a e começa o convite à adoração Eis o madeiro da Cruz, ajudado no canto pelo diácono, ou, se for preciso, pelo coro. Todos respondem: Vinde, adoremos.
Terminado o canto, todos se prostram de joelhos durante alguns momentos em adoração, enquanto o sacerdote se mantém de pé, com a Cruz levantada.
Eis o madeiro da Cruz,
no qual esteve suspenso o Salvador do mundo.
R. Vinde, adoremos.
Seguidamente, o sacerdote descobre o braço direito da Cruz e, levantando-a de novo, repete o convite: Eis o madeiro da Cruz (Ecce lignum Crucis), como acima.
Finalmente, descobre toda a Cruz e, levantando-a pela terceira vez, repete o convite Eis o madeiro da Cruz, como da primeira vez.

Segunda forma
16. O sacerdote, ou o diácono, acompanhado dos ministros – ou, então, outro ministro idóneo –, encaminha-se para a porta da igreja e aí recebe a Cruz descoberta; os ministros tomam velas acesas e organiza-se a procissão através da igreja em direção ao presbitério.
Aquele que leva a Cruz para, primeiro, junto à porta; depois, no meio da igreja; finalmente, à entrada do presbitério. Em cada uma destas paragens, levanta a Cruz e faz o convite à adoração com as palavras Eis o madeiro da Cruz e todos respondem Vinde, adoremos. Depois de cada resposta, todos se prostram de joelhos e fazem uma breve adoração em silêncio. Aquele que leva a Cruz mantém-se de pé, com a Cruz levantada.
Em seguida, coloca-se a Cruz, com as velas acesas, à entrada do presbitério.

ADORAÇÃO DA SANTA CRUZ

17. Em seguida, acompanhado por dois ministros com velas acesas, o sacerdote, ou o diácono, leva a Cruz para a entrada do presbitério ou outro lugar adequado, ou, então, entrega-a a dois ministros para a sustentarem levantada, depois de colocarem as velas à direita e à esquerda da Cruz.

18. Para a adoração da Cruz aproxima-se, em primeiro lugar, o sacerdote celebrante, depondo, se parecer oportuno, a casula e o calçado. Em seguida, aproximam-se processionalmente, o clero, os ministros leigos e os fiéis e fazem reverência à Cruz com uma simples genuflexão ou por meio de outro sinal apropriado, conforme os costumes locais – por exemplo, beijando a Cruz.

19. A Cruz exposta à adoração deve ser uma só. Se não puderem ir todos adorar a Cruz um por um, devido à grande afluência do povo, o sacerdote, depois de uma parte dos fiéis ter feito a adoração, toma a Cruz e, de pé, diante do altar, com breves palavras, convida o povo à adoração da santa Cruz; em seguida, sustenta-a, levantada, durante algum tempo, e os fiéis adoram-na em silêncio.

20. Durante a adoração da Cruz canta-se a antífona Adoramos, Senhor, a vossa Cruz, os Impropérios, o hino Cruz fiel (Crux fidélis) ou outros cânticos apropriados. À medida que adoram a Cruz, todos se sentam.

CÂNTICOS PARA A ADORAÇÃO DA SANTA CRUZ
As partes que correspondem ao primeiro coro vão indicadas com o número 1; as que correspondem ao segundo coro, com o número 2; as que são cantadas pelos dois coros, com os números 1 e 2.

Antífona
Adoramos, Senhor, a vossa Cruz,
louvamos e glorificamos a vossa ressurreição:
pela árvore da cruz veio a alegria ao mundo inteiro.
Ou: Cf. Sl 66, 2
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.

IMPROPÉRIOS
As partes que correspondem ao primeiro coro vão indicadas com o número 1; as que correspondem ao segundo coro, com o número 2; as que são cantadas pelos dois coros, com os números 1 e 2. Cada verso pode também ser cantado por dois cantores.
I
1 e 2. Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-me.
1. Libertei-te da terra do Egito
e tu preparaste uma cruz para o teu Salvador.
1. Hágios o Theós.
2. Deus santo.
1. Hágios Ischirós.
2. Santo e Forte.
1. Hágios Athánatos, eléison himás.
2. Santo e Imortal, tende piedade de nós.
1 e 2. Guiei-te durante quarenta anos pelo deserto,
alimentei-te com o maná,
levei-te para a terra prometida;
e tu preparaste uma cruz para o teu Salvador.
1. Hágios o Theós.
2. Deus santo.
1. Hágios Ischirós.
2. Santo e Forte.
1. Hágios Athánatos, eléison himás.
2. Santo e Imortal, tende piedade de nós.
1 e 2. Que mais podia Eu fazer por ti?
Plantei-te como vinha formosa e escolhida
e tu foste para Mim uma fonte de amargura;
quiseste matar-me a sede com vinagre
e com uma lança atravessaste o lado do teu Salvador.
1. Hágios o Theós.
2. Deus santo.
1. Hágios Ischirós.
2. Santo e Forte.
1. Hágios Athánatos, eléison himás.
2. Santo e Imortal, tende piedade de nós.

II
Cantores: Por tua causa flagelei os egípcios e os seus primogénitos
e tu entregaste-Me para ser flagelado.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Libertei-te do Egito, submergindo o Faraó no Mar Vermelho
e tu entregaste-Me aos príncipes dos sacerdotes.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Abri o mar diante de ti
e tu abriste-Me o peito com uma lança.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Caminhei à tua frente como nuvem luminosa
e tu levaste-Me ao pretório de Pilatos.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Alimentei-te com o maná no deserto
e tu feriste-Me com bofetadas e açoites.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Dei-te a beber a água salvadora que saiu do rochedo
e tu deste-Me a beber fel e vinagre.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Por tua causa feri os reis de Canã
e tu com uma cana feriste-Me a cabeça.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Dei-te o cetro real
e tu colocaste-Me na cabeça a coroa de espinhos.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.
Cantores: Pelo meu poder elevei-te acima dos povos
e tu levantaste-Me no patíbulo da cruz.
1 e 2 repetem: Meu povo, que mal te fiz Eu?
Em que te contristei? Responde-Me.

Hino
Todos:
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa,
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto:
Doces cravos, doce lenho,
Doce peso sustentais.

Cantores:
Canta, língua gloriosa,
O combate singular,
Em que o Salvador do mundo,
Pregado na dura cruz,
Com o preço do seu Sangue
Resgatou a humanidade.

Todos:
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa,
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto.

Cantores:
Como Adão no paraíso
Comeu o vedado pomo,
O Criador do universo
Decretou compadecido
Que uma árvore nos desse
O que na outra perdemos.

Todos:
Doces cravos, doce lenho,
Doce peso sustentais.

Cantores:
Deus quis vencer o inimigo
Com as suas próprias armas.
A Sabedoria aceitou
O tremendo desafio
E onde nascera a morte
Brotou a fonte da vida.

Todos:
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa,
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto.

Cantores:
Mandou o Senhor aos homens
Na plenitude dos tempos,
Deus de Deus, seu próprio Filho,
Que do céu baixou à terra
E que no seio da Virgem
Tomou um corpo mortal.

Todos:
Doces cravos, doce lenho,
Doce peso sustentais.

Cantores:
Chora o Menino deitado
Na estreiteza do presépio.
A Virgem Mãe aconchega
O corpo envolto em paninhos;
Cingem faixas apertadas
Os pés e mãos do Senhor.

Todos:
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa,
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto.

Cantores:
Ao chegar a sua hora,
O Homem-Deus percorreu
O caminho do Calvário
Como inocente Cordeiro,
Pois Ele viera ao mundo
Para morrer numa cruz.

Todos:
Doces cravos, doce lenho,
Doce peso sustentais.

Cantores:
Entregou-Se ao sacrifício
O Cordeiro redentor
E corre Sangue divino
Das fontes da salvação,
Onde se pode lavar
Todo o pecado do mundo.

Todos:
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa,
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto.

Cantores:
Árvore santa, gloriosa,
Abranda tua dureza,
Dobra a força dos teus ramos
Na morte do Redentor;
Sustenta compadecida
O Corpo do Homem-Deus.

Todos:
Doces cravos, doce lenho,
Doce peso sustentais.

Cantores:
Porto feliz preparaste
Para o mundo naufragado
E pagaste por inteiro
O preço da redenção,
Pois o Sangue do Cordeiro
Resgatou as nossas culpas.

Todos:
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa,
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto.
A seguinte conclusão nunca deve omitir-se.

Todos:
Elevemos jubilosos
À Santíssima Trindade
O louvor que Lhe devemos
Pela nossa salvação,
Ao eterno Pai e ao Filho
E ao Espírito de amor. Amen.
Conforme as condições dos lugares e as tradições do povo e por motivo de oportunidade pastoral, pode cantar-se o Stabat Mater, segundo o Gradual Romano, ou outro cântico apropriado em memória da compaixão da Virgem santa Maria.

21. Terminada a adoração, a Cruz é colocada pelo diácono, ou um ministro no seu lugar, sobre o altar. As velas ace­sas dispõem-se perto, nos lados do altar ou junto da Cruz.


Terceira parte
Sagrada Comunhão


22. Estende-se uma toalha sobre o altar e colocam-se nele o corporal e o missal.
O diácono, ou, na falta dele, o sacerdote com o véu de ombros, leva o Santíssimo Sacramento do lugar da reserva para o altar; entretanto, todos estão de pé, em silêncio. Dois ministros com velas acompanham o Santíssimo Sacramento e colocam as velas junto do altar ou sobre ele.
Quando o diácono, se estiver presente, tiver colocado o Santíssimo Sacramento sobre o altar e desco­berto a píxide, o sacerdote aproxima-se do altar e faz a genuflexão.

23. Então, o sacerdote, de mãos juntas, diz em voz alta:
Fiéis aos ensinamentos do Salvador, ousamos dizer:
O sacerdote, de braços abertos, diz juntamente com o povo:
Pai nosso, que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino;
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.

24. O sacerdote, de braços abertos, continua:
Livrai-nos de todo o mal, Senhor,
e dai ao mundo a paz em nossos dias,
para que, ajudados pela vossa misericórdia,
sejamos sempre livres do pecado e de toda a perturbação,
enquanto esperamos a vinda gloriosa
de Jesus Cristo nosso Salvador.
Junta as mãos.
O povo conclui a oração, aclamando:
Vosso é o reino e o poder
e a glória para sempre.

25. Em seguida, de mãos juntas, o sacerdote diz em silêncio:
A comunhão do vosso Corpo e Sangue,
Senhor Jesus Cristo,
não seja para meu julgamento e condenação,
mas, pela vossa misericórdia,
me sirva de proteção e remédio para a alma e para o corpo.

26. O sacerdote genuflete, toma uma partícula e, levantando-a um pouco sobre a píxide, diz, em voz alta, voltado para o povo:
Felizes os convidados para a Ceia do Senhor.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Juntamente com o povo, diz:
Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada,
mas dizei uma palavra e serei salvo.

27. Voltado para o altar, comunga com reverência o Corpo de Cristo, dizendo em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna.

28. Em seguida, distribui a comunhão aos fiéis. Durante a comunhão, pode cantar-se o Salmo 21 ou outro cântico apropriado.

29. Terminada a distribuição da comunhão, o diácono ou um ministro idóneo leva a píxide para o lugar previamente preparado fora da igreja ou, se as circunstâncias o exigi­rem, coloca-a no sacrário.

30. Então, o sacerdote diz Oremos e, depois de um conveniente espaço de silêncio sagrado, diz a oração depois da comunhão:


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Deus todo-poderoso e eterno,
que nos renovastes pela gloriosa morte e ressurreição de Cristo,
confirmai em nós a obra da vossa misericórdia,
a fim de que, pela comunhão neste mistério,
Vos consagremos toda a nossa vida.
Por Cristo nosso Senhor.

31. Para despedir a assembleia, o diácono ou, na falta dele, o próprio sacerdote pode dizer o convite Inclinai-vos para receber a bênção.
Depois, o sacerdote, de pé, voltado para o povo e com as mãos estendidas sobre ele, diz a oração sobre o povo:

Oração sobre o povo
Derramai, Senhor, a vossa bênção sobre este povo,
que celebrou a morte do vosso Filho
na esperança da sua ressurreição;
concedei-lhe o perdão e o conforto,
aumentai a sua fé
e confirmai-o na esperança da salvação eterna.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.


32. Depois de fazer uma genuflexão à Cruz, todos se retiram em silêncio.

33. Após a celebração, desnuda-se o altar, deixando, porém, sobre ele, a Cruz com dois ou quatro círios.

34. Os que tiverem tomado parte na solene ação litúrgica vespertina não celebram a Hora de Vésperas.

 

 

Martirológio

1.   Em Nápoles, na Campânia, região da Itália, a comemoração de Santo Eustásio, bispo.

2.   Comemoração de São Marcos, bispo de Aretusa, na Síria, que durante a controvérsia ariana seguiu fidelissimamente a recta fé e no tempo do imperador Juliano o Apóstata foi fortemente perseguido. São Gregório de Nazianzo louva-o como homem insigne e ancião santíssimo.

3.   Comemoração dos santos Armogasto, Arquinimo e Saturnino, mártires, que, na África setentrional, durante a perseguição dos Vândalos, no tempo do rei ariano Genserico, sofreram terríveis suplícios e infâmias pela confissão da verdadeira fé.

4*.   No monte Carmelo, na Palestina, o Beato Bertoldo, soldado, que foi admitido entre os irmãos que neste monte tinham abraçado a vida monástica e, mais tarde, eleito prior, encomendou esta piedosa comunidade à Mãe de Deus.

5*.   Em Poitiers, na Aquitânia, região da França, São Guilherme Tempier, bispo, que, com prudência e firmeza, defendeu contra os nobres a Igreja que lhe foi confiada e corrigiu os costumes do povo, dando ele próprio o exemplo irrepreensível da sua vida.

6*.   Em Wismar, no Holstein, região da Alemanha, São Ludolfo, bispo de Ratzeburg e mártir, que, por defender a liberdade da Igreja, foi encerrado num miserável cárcere por ordem do duque Alberto e de tal modo se enfraqueceu o seu corpo que, mal foi liberto das cadeias, partiu deste mundo.

7*.   Em Salisbury, na Inglaterra, a comemoração do Beato João Hambley, presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, em ódio ao sacerdócio, em dia desconhecido deste mês, próximo da Páscoa do Senhor, no suplício da forca se configurou à paixão de Cristo.