Santos

Santa Ângela Mérici, virgem

 

Nota Histórica

Ângela Mérici nasceu por volta do ano 1470, em Desenzano del Garda (Veneza). Tomou o hábito da Ordem Terceira de são Francisco e reuniu um grupo de jovens, que orientava na prática da caridade. Em 1531 fundou, em Bréscia, na Lombardia, na atual Itália, uma Ordem feminina, sob a invocação de Santa Úrsula, destinado à formação cristã das meninas pobres. Morreu em 1540.

Comum das virgens: para uma virgem;
ou Comum das santas: para as educadoras, p. 1134.

 

Missa

Oração coleta
Senhor, que, na virgem santa Ângela [Mérici],
quisestes dar-nos um exemplo de prudência e caridade,
concedei-nos que, iluminados pelas suas virtudes
e ajudados pela sua intercessão,
sejamos fiéis à vossa doutrina em toda a nossa vida.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia das Horas

Do Testamento espiritual de Santa Ângela Merici, virgem

(Sec. XVI)

Tudo dispôs suavemente

Minhas queridas Madres e Irmãs em Jesus Cristo, esforçai-vos com a ajuda de Deus por conquistar e conservar em vós tais intenções e bons sentimentos que no cuidado e governo da Companhia sejais movidas unicamente pelo amor de Deus e pelo zelo da salvação das almas.
Somente assim fundadas e radicadas nesta dupla caridade, as vossas obras produzirão frutos bons e salutares, como disse o nosso Salvador: a árvore boa não pode dar maus frutos.
A árvore boa, ou seja, o coração bom, o espírito informado pela caridade, só pode fazer obras boas e santas. Por isso dizia Santo Agostinho: Ama, e faz o que queres, isto é, deixa-te dominar pelo amor e pela caridade, e depois faz aquilo a que te determinaste; como se dissesse claramente: A caridade não pode pecar.
Suplico-vos também que leveis gravadas na mente e no coração cada uma das vossas filhas; e não apenas os nomes, mas a condição e estado de cada uma. Isso não vos será difícil, se as amais com viva caridade.
Porque aquelas que são mães segundo a natureza, mesmo que tivessem mil filhos, trazem sempre bem gravados no coração a todos e a cada um e nunca se esquecem de nenhum deles, porque é assim que opera o verdadeiro amor. Parece mesmo que, quantos mais filhos têm, mais cresce o amor e os cuidados que dedicam a cada um. Muito mais as mães espirituais podem e devem proceder assim, porque o amor espiritual é mais forte que o que provém dos laços de sangue.
Por isso, minhas queridas Madres, se amais estas vossas filhas com viva e sincera caridade, é impossível que não as tenhais gravadas, todas e cada uma, na memória e no coração.
Rogo-vos ainda que procureis orientá-las com amor, modéstia e caridade, e não com soberba e aspereza. Importa que em tudo sejais sempre agradáveis, imitando Jesus, que disse: Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração. E de Deus se lê: Tudo dispôs suavemente. E noutro lugar diz Jesus: O meu jugo é suave e a minha carga é leve.
Também vos deveis esforçar por tratar a todas com a maior suavidade possível, fugindo sobretudo de tentar obter alguma coisa pela força: Deus deu a cada um o livre-arbítrio e a ninguém quer constranger, mas somente propõe, convida e aconselha. Não digo que às vezes não se deva usar alguma repreensão e aspereza quando for lugar e tempo disso, segundo a condição e a necessidade das pessoas; mas só devemos ser movidas a isto pela caridade e pelo zelo das almas.