Santos

São Luís Gonzaga, religioso

 

Nota Histórica

Memória

Luís Gonzaga nasceu em 1568, perto de Mântua, na Lombardia, filho dos príncipes de Castiglione. Educado cristãmente por sua mãe, desde cedo mostrou indícios de grande aspiração pela vida religiosa. Renunciando ao principado em favor de seu irmão, entrou na Companhia de Jesus, em Roma; e, durante os estudos de Teologia, entregando-se ao serviço dos enfermos nos hospitais, contraiu uma enfermidade que o levou à morte, no ano 1591.

 

Missa

Antífona de entrada Cf. Sl 23, 4.3
Aquele que tem as mãos inocentes e o coração puro
subirá à montanha do Senhor e habitará no seu santuário.

Oração coleta
Senhor nosso Deus,
autor dos dons celestes,
que reunistes no jovem são Luís [Gonzaga]
a prática da penitência e uma admirável pureza de vida,
concedei-nos, por seus méritos e intercessão,
que, não o tendo imitado na inocência,
o imitemos na penitência.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURAS Da féria (ou do Comum)


Oração sobre as oblatas
Fazei, Senhor, que, a exemplo de são Luís,
nos sentemos à vossa mesa,
sempre revestidos da veste nupcial,
para que, na participação destes santos mistérios,
nos tornemos ricos da vossa graça.
Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Sl 77, 24-25
O Senhor deu-lhes o pão do céu,
o homem comeu o pão dos anjos.

Oração depois da comunhão
Senhor, que nos alimentastes com o pão dos anjos,
fazei que Vos sirvamos com uma vida pura
e, a exemplo de são Luís,
vivamos sempre em ação de graças.
Por Cristo nosso Senhor.

 

Liturgia das Horas

De uma carta de São Luís Gonzaga a sua mãe

(Acta sanctorum, Junho, 5, 878) (Sec. XVI)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor

A graça e a consolação do Espírito Santo estejam sempre convosco. A vossa carta encontrou-me ainda vivo na região dos mortos; mas agora espero ir em breve louvar a Deus eternamente na região dos vivos. Pensava mesmo que a esta hora já teria dado esse passo. Se a caridade, segundo São Paulo, ensina a chorar com os que choram e a alegrar-se com os que estão alegres, muito grande deve ser a alegria de Vossa Senhoria, pela graça que Deus Vos concede na minha pessoa, chamando-me à verdadeira alegria e dando-me a segurança de O não poder perder jamais.
Confesso-vos, ilustríssima Senhora, que me perco e arrebato na contemplação da divina bondade, mar sem praia e sem fundo, que me chama a um descanso eterno por um trabalho tão breve e pequeno; que me convida e chama ao Céu para aí me dar aquele soberano bem que tão negligentemente procurei, e que me promete o fruto daquelas lágrimas que tão parcamente derramei.
Por conseguinte, ilustríssima Senhora, considerai bem e ponde todo o cuidado em não ofender esta bondade de Deus, como certamente aconteceria se viésseis a chorar como morto aquele que vai viver na contemplação de Deus e que maiores serviços vos fará com as suas orações do que em esta terra vos prestava. A nossa separação será breve; lá no Céu nos tornaremos a ver; lá seremos felizes e viveremos para sempre juntos, porque estaremos unidos ao nosso Redentor, louvando-O com todas as forças da nossa alma e cantando eternamente as suas misericórdias. Se Deus toma novamente o que nos tinha dado, não o faz senão para o colocar em lugar mais seguro e ao abrigo de qualquer perigo, e para nos dar aqueles bens que acima de tudo desejamos.
Digo tudo isto para que Vós, Senhora minha Mãe, e toda a família, aceiteis a minha morte como um dom precioso da graça. A vossa bênção de mãe me assista e me ajude a alcançar com felicidade o porto dos meus desejos e esperanças. Escrevo-vos com tanto maior prazer quanto é certo que não me resta outra ocasião para vos testemunhar o respeito e o amor filial que vos devo.