Liturgia diária

Agenda litúrgica

2023-03-10

Sexta-feira da semana II

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Gn 37, 3-4. 12-13a. 17b-28; Sl 104 (105), 16-17. 18-19. 20-21
Ev Mt 21, 33-43. 45-46

 

Missa

 

Antífona de entrada Cf. Sl 30, 2.5
Em Vós, Senhor, me refugio: jamais serei confundido.
Livrai-me das ciladas do inimigo. Vós sois o meu refúgio.

Oração coleta
Concedei, Deus todo-poderoso,
que, purificados pelo fervor da penitência quaresmal,
cheguemos com espírito renovado às próximas solenidades pascais.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Gn 37, 3-4.12-13a.17b-28
«Aí vem o homem dos sonhos: vamos matá-lo»

A liturgia deste dia oferece um caso típico do paralelo entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a figura e a realidade, entre José e Jesus: ambos foram inocentes, ambos traídos pelos seus irmãos, ambos trocados por dinheiro, ambos amados pelo pai e desprezados pelos irmãos a ponto de desejarem a morte, mas ambos finalmente restituídos à vida, depois de terem sofrido a humilhação e a condenação. É assim o processo do Mistério Pascal.

Leitura do Livro do Génesis
Jacob gostava mais de José que dos seus outros filhos, porque ele era o filho da sua velhice; e mandou fazer-lhe uma túnica de mangas compridas. Os irmãos, vendo que o pai o preferia a todos eles, começaram a odiá-lo e não eram capazes de lhe falar com bons modos. Um dia foram para Siquém apascentar os rebanhos do pai. Jacob disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. vem cá, pois quero mandar-te ir ter com eles». José partiu à procura dos irmãos e encontrou-os em Dotain. Eles viram-no de longe e, antes que chegasse perto, combinaram entre si a sua morte. Disseram uns aos outros: «Aí vem o homem dos sonhos. Vamos matá-lo e atirá-lo a uma cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos então em que vão dar os seus sonhos». Mas Rúben ouviu isto e, querendo livrá-lo das suas mãos, disse: «Não lhe tiremos a vida». Para o livrar das suas mãos e entregá-lo ao pai, Rúben disse aos irmãos: «Não derrameis sangue. Lançai-o nesta cisterna do deserto, mas não levanteis as mãos contra ele». Quando José chegou junto dos irmãos, eles tiraram-lhe a túnica de mangas compridas que trazia, pegaram nele e lançaram-no dentro da cisterna, uma cisterna vazia, sem água. Depois sentaram-se para comer. Mas, erguendo os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Traziam camelos carregados de goma de tragacanto, resina aromática e láudano, que levavam para o Egipto. Então Judá disse aos irmãos: «Que interesse haveria em matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vamos vendê-lo aos ismaelitas, mas não lhe ponhamos as mãos, porque é nosso irmão, da mesma carne que nós». Os irmãos concordaram. Passando por ali uns negociantes de Madiã, tiraram José da cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egipto.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 16-17.18-19.20-21 (R. 5a)
Refrão: Recordai as maravilhas do Senhor. Repete-se
Deus chamou a fome sobre aquela terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Adiante deles enviara um homem:
José vendido como escravo. Refrão


Apertaram-lhe os pés com grilhões,
lançaram-lhe ao pescoço uma coleira de ferro,
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor o mostrou inocente. Refrão


Então o rei mandou que o soltassem,
o soberano dos povos deu-lhe a liberdade;
e fê-lo senhor da sua casa
e governador de todos os seus domínios. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 3, 16
Refrão: A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo,
Nosso Senhor. Repete-se

Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão


EVANGELHO Mt 21, 33-43.45-46
«Este é o herdeiro; vamos matá-lo»

Os inimigos de Jesus ao ouvi-l’O acabaram por compreender que Jesus falava acerca deles e da história do seu povo. A vinha do Senhor é o seu povo, vinha tratada com todos os desvelos desde sempre, desde o tempo em que o tirou do Egipto, em que lhe enviava os profetas e, por fim, o seu próprio Filho. E eles rejeitaram-nos e acabaram por lhes dar a morte, até ao próprio Filho. Grave proposta esta à nossa reflexão, que assim acabará por compreender que foi pelos homens, seus irmãos, que o Senhor sofreu a morte, e morte de cruz.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro e a outro apedrejaram-no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros, e eles trataram-nos do mesmo modo. Por fim mandou-lhes o seu próprio filho, pensando: ‘Irão respeitar o meu filho’. Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro; vamos matá-lo e ficaremos com a sua herança’. Agar¬raram-no, levaram- no para fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam-Lhe: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entreguem os frutos a seu tempo». Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’? Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos». Ao ouvirem as parábolas de Jesus, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que falava deles e queriam prendê-l’O; mas tiveram medo do povo, que O considerava profeta.
Palavra da salvação.



Oração sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
a vossa misericórdia prepare os vossos servos
para que possam celebrar dignamente estes mistérios
e se dediquem de todo o coração ao vosso serviço.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio da Quaresma.

Antífona da comunhão 1Jo 4, 10
Deus amou-nos e enviou-nos o seu Filho
como vítima de expiação pelos nossos pecados.

Oração depois da comunhão
Senhor, que neste sacramento
nos destes o penhor da salvação eterna,
fazei que, seguindo fielmente os vossos caminhos,
cheguemos à plenitude da alegria no reino dos céus.
Por Cristo nosso Senhor.

Oração sobre o povo (facultativa)
Dai ao vosso povo, Senhor,
a saúde da alma e do corpo,
para que, dedicando-se diligentemente à prática das boas obras,
seja sempre defendido pela vossa proteção.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

Martirológio

1.   Em Apameia, junto ao rio Meandro, na Frígia, hoje Hisarlik, na Turquia, a comemoração dos santos mártires Caio e Alexandre, mártires, que, na perseguição dos imperadores Marco António e Lúcio Vero, foram coroados com glorioso martírio.

2.   Na África Proconsular, a comemoração de São Vítor, mártir, em cuja festa Santo Agostinho fez um sermão ao povo.

3.   Comemoração de São Macário, bispo de Jerusalém, por cuja exortação os Lugares Santos foram reparados e adornados com santas basílicas por Constantino Magno e Santa Helena, sua mãe.

4.   Em Roma, São Simplício, papa, que, depois da invasão e destruição da Itália e da cidade romana pelos bárbaros, reconfortou os atribulados, fomentou a unidade da Igreja e fortaleceu a fé.

5.   Em Paris, na Gália, hoje na França, São Droctróvio, abade, que São Germano de Autun, seu mestre, colocou à frente do cenóbio de monges instituído nesta cidade.

6.   No mosteiro de Bóbbio, na Ligúria, actualmente na Emília-Romanha, região da Itália, Santo Atala, abade, insigne animador da vida cenobítica, que se retirou primeiro para o mosteiro de Lérins e depois para o de Luxeuil, onde sucedeu a São Columbano, manifestando sempre grande zelo e discernimento.

7.   Em Glasgow, na Escócia, São João Ogilvie, presbítero da Companhia de Jesus e mártir, que, depois de vários anos consagrados ao estudo da sagrada teologia, exilado em diversos reinos da Europa, foi ordenado sacerdote e regressou clandestinamente à pátria, onde exerceu intensa actividade pastoral junto dos seus compatriotas, até que, preso e condenado à morte no reinado de Jaime I, alcançou no patíbulo a coroa gloriosa do martírio.

8*.   Em Paris, na França, Santa Maria Eugénia de Jesus (Ana Milleret de Brou), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs da Assunção, destinada à educação cristã das jovens.

9*.   Perto de Cortázar, cidade do México, o Beato Elias do Socorro (Mateus Elias Nieves del Castillo), presbítero da Ordem dos Frades de Santo Agostinho e mártir, que, encarcerado durante a perseguição por exercer secretamente o ministério pastoral, foi fuzilado em ódio ao sacerdócio.

10♦.   Em Fresne-le-Château, localidade da França, o Beato João José Lataste, presbítero da Ordem dos Pregadores e fundador da Congregação da Irmãs Dominicanas de Betânia.