Liturgia diária

Agenda litúrgica

2023-04-09

DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

SOLENIDADE com oitava
Branco.

* Hoje o Ofício de Leitura é omitido por aqueles que participam na Vigília Pascal.

L 1 Gn 1, 1 – 2, 2 ou Gn 1, 1. 26-31a
L 2 Gn 22, 1-18 ou Gn 22, 1-2. 9a. 10-13. 15-18
L 3 Ex 14, 15 – 15, 1
L 4 Is 54, 5-14
L 5 Is 55, 1-11
L 6 Br 3, 9-15. 32 – 4, 4
L 7 Ez 36, 16-17a. 18-28
L 8 Rm 6, 3-11
Ev Mt 28, 1-10


Missa do dia
+ Missa própria, Glória, sequência, Credo, pf. I da Páscoa.

L 1 At 10, 34a. 37-43; Sl 117 (118), 1-2. 16ab-17. 22-23
L 2 Cl 3, 1-4 ou 1Cor 5, 6b-8
Ev Jo 20, 1-9

* Na Missa vespertina pode ler-se Lc 24, 13-35.
* Hoje são proibidas todas as outras celebrações, e todas as Missas de defuntos.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Aniversário da tomada de posse de D. Ildo Augusto dos Santos Lopes Fortes.
* Com as Vésperas do Domingo da Ressurreição encerra-se o Tríduo Pascal.
* Hoje, e durante toda a oitava, Completas dom. (dep. I ou II Vésperas), antífona Este é o dia, com oração da Ressurreição.
* No fim das Completas e em vez da oração O Anjo do Senhor, diz-se a antífona Rainha do céu, durante todo o Tempo Pascal.

 

Ano A

Missa

 

Vigília pascal na Noite Santa


Primeira parte
Solene início da Vigília ou Lucernário



Bênção do fogo e preparação do círio

Caríssimos irmãos:
Nesta noite santíssima,
em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida,
a Igreja convida os seus filhos, dispersos pelo mundo,
a reunirem-se em vigília e oração.
Vamos comemorar a Páscoa do Senhor,
ouvindo a sua palavra e celebrando os seus mistérios,
na esperança de participar no seu triunfo sobre a morte
e de viver com Ele para sempre junto de Deus.

10. Em seguida, o sacerdote benze o fogo, dizendo de braços abertos:
Oremos.
Senhor nosso Deus, que, por meio do vosso Filho,
destes aos vossos fiéis a claridade da vossa luz,
santificai + este lume novo
e concedei-nos que a celebração das festas pascais
acenda em nós o desejo do céu,
para merecermos chegar, com a alma purificada,
às festas da luz eterna.
Por Cristo nosso Senhor.

Enquanto grava estes símbolos, diz:
 1. Cristo, ontem e hoje,
Grava a haste vertical da cruz.
 2. Princípio e fim,
Grava a haste horizontal da cruz.
 3. Alfa
Grava o Alfa por cima da haste vertical.
 4. e Ómega.
Grava o Ómega por debaixo da haste vertical.
 5. A Ele pertence o tempo
Grava no ângulo superior esquerdo o primeiro algarismo do ano corrente.
 6. e os séculos.
Grava no ângulo superior direito o segundo algarismo do ano corrente.
 7. A Ele a glória e o poder
Grava no ângulo inferior esquerdo o terceiro algarismo do ano corrente.
 8. por toda a eternidade. Amen.
Grava no ângulo inferior direito o quarto algarismo do ano corrente.

12. Depois de ter gravado a cruz e os outros símbolos, o sacerdote pode colocar no círio cinco grãos de incenso, em forma de cruz, dizendo:
 1. Pelas suas chagas
 2. santas e gloriosas,
 3. nos proteja
 4. e nos guarde
 5. Cristo Senhor. Amen.


Procissão

À porta da igreja, o diácono ou o outro ministro que leva o círio pascal, para e, levantando o círio, canta:
A luz de Cristo. Ou: Lumen Christi. R. Deo gratias.

Todos respondem:
Graças a Deus.
O sacerdote acende a sua vela do lume do círio pascal.

16. Depois, o diácono ou o outro ministro que leva o círio pascal continua até ao meio da igreja, para e, levantando o círio, canta pela se­gunda vez:
A luz de Cristo. Ou: Lumen Christi. R. Deo gratias.

Todos respondem:
Graças a Deus.
Todos acendem então as velas do lume do círio pascal e a procissão continua.

17. Ao chegar junto do altar, o diácono ou o outro ministro que leva o círio pascal, voltado para o povo, levanta o círio e canta pela terceira vez:
A luz de Cristo. Ou: Lumen Christi. R. Deo gratias.

Todos respondem:
Graças a Deus.
Então, o diácono ou o outro ministro que leva o círio pascal depõe o círio sobre o respetivo candelabro, preparado junto do ambão ou no meio do presbitério.
Acendem-se as luzes da igreja, mas não as velas do altar.


Precónio pascal


Segunda parte
Liturgia da palavra


Antes de se iniciarem as leituras, o sacerdote dirige ao povo uma breve admonição, com estas pala­vras ou outras semelhantes:

Irmãos caríssimos:
Depois de iniciarmos solenemente esta Vigília,
ouçamos agora, de cora­ção tranquilo, a Palavra de Deus.
Meditemos como Deus outrora salvou o seu povo
e como, na plenitude dos tempos,
enviou Jesus Cristo, nosso Salvador.
Oremos para que Deus realize esta obra pascal de salvação
e seja consumada a redenção do mundo.

23. Seguem-se as leituras.

LEITURA I Forma longa Gn 1, 1 — 2, 2
«Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom»

A liturgia da palavra de Deus da Vigília Pascal faz um apanhado da história da salvação desde o princípio – a criação – até ao seu ponto mais alto: a ressurreição. Deus tudo criou bom e belo, e criou-o para que o homem vivesse a dar-Lhe glória. Cristo ressuscitado é agora o homem novo, o novo Adão, princípio de uma nova criação, da qual se faz parte pelo Batismo.

Leitura do Livro do Génesis
No princípio, Deus criou o céu e a terra.
A terra estava deserta e vazia,
as trevas cobriam a superfície do abismo,
e o espírito de Deus pairava sobre as águas.
Disse Deus: «Faça-se a luz». E a luz apareceu.
Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.
Deus chamou ‘dia’ à luz e ‘noite’ às trevas.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: era o primeiro dia.
Disse Deus: «Haja um firmamento no meio das águas,
para as manter separadas umas das outras».
Deus fez o firmamento
e separou as águas que estavam debaixo do firmamento
das águas que estavam por cima dele.
E ao firmamento chamou ‘céu’.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.
Disse Deus: «Juntem-se as águas
que estão debaixo do firmamento num só lugar
e apareça a terra seca».
E assim sucedeu.
À parte seca Deus chamou ‘terra’
e ‘mar’ ao conjunto das águas.
E Deus viu que isto era bom.
Disse Deus: «Cubra-se a terra de verdura:
ervas que deem sementes e árvores de fruto,
que produzam sobre a terra frutos com a sua semente,
segundo a própria espécie».
E assim sucedeu.
A terra produziu verdura:
erva que produz semente, segundo a sua espécie,
e árvores que dão frutos com a sua semente,
segundo a própria espécie.
Deus viu que isto era bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.
Disse Deus: «Haja luzeiros no firmamento do céu,
para distinguirem o dia da noite
e servirem de sinais para as festas, os dias e os anos,
para que brilhem no firmamento do céu e iluminem a terra».
E assim sucedeu.
Deus fez dois grandes luzeiros:
o maior para presidir ao dia
e o menor para presidir à noite;
e fez também as estrelas.
Deus colocou-os no firmamento do céu
para iluminarem a terra, para presidirem ao dia e à noite
e separarem a luz das trevas.
Deus viu que isto era bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
Disse Deus: «Povoem as águas inúmeros seres vivos
e voem as aves na terra sob o firmamento do céu».
Deus criou os monstros marinhos
e todos os seres vivos que se movem nas águas,
segundo as suas espécies,
e todos os animais voadores, segundo as suas espécies.
Deus viu que isto era bom;
e abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos,
enchei as águas dos mares
e multipliquem-se as aves sobre a terra».
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia.
Disse Deus: «Produza a terra seres vivos,
segundo as suas espécies:
animais domésticos, répteis e animais selvagens,
segundo as suas espécies».
E assim sucedeu.
Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies,
os animais domésticos, segundo as suas espécies,
e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies.
Deus viu que isto era bom.
Disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.
Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu,
sobre os animais domésticos, sobre os animais selvagens
e sobre todos os répteis que rastejam pela terra».
Deus criou o ser humano à sua imagem,
criou-o à imagem de Deus. Ele o criou homem e mulher.
Deus abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra.
Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu
e sobre todos os animais que se movem na terra».
Disse Deus: «Dou-vos todas as plantas com semente
que existem em toda a superfície da terra,
assim como todas as árvores de fruto com semente,
para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu
e a todos os seres vivos que se movem na terra
dou as plantas verdes como alimento».
E assim sucedeu.
Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.
Assim se completaram o céu e a terra
e tudo o que eles contêm.
Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera
e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado.
Palavra do Senhor.

LEITURA I Forma breve Gen 1, 1.26-31a
«Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom»

Leitura do Livro do Génesis
No princípio, Deus criou o céu e a terra.
Disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.
Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu,
sobre os animais domésticos, sobre os animais selvagens
e sobre todos os répteis que rastejam pela terra».
Deus criou o ser humano à sua imagem,
criou-o à imagem de Deus.
Ele o criou homem e mulher.
Deus abençoou-os, dizendo:
«Crescei e multiplicai-vos,
enchei e dominai a terra.
Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu
e sobre todos os animais que se movem na terra».
Disse Deus: «Dou-vos todas as plantas com semente
que existem em toda a superfície da terra,
assim como todas as árvores de fruto com semente,
para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu
e a todos os seres vivos que se movem na terra
dou as plantas verdes como alimento».
E assim sucedeu.
Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom.
Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.
Assim se completaram o céu e a terra
e tudo o que eles contêm.
Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera
e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 103 (104), 1-2a.5-6.10.12.13-14.24.35c
(R. cf. 30)
Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Revestido de esplendor e majestade,
envolvido em luz como num manto!

Fundastes a terra sobre alicerces firmes:
não oscilará por toda a eternidade.
Vós a cobristes com o manto do oceano,
por sobre os montes pousavam as águas.
Transformais as fontes em rios,
que correm entre as montanhas.

Nas suas margens habitam as aves do céu;
por entre a folhagem fazem ouvir o seu canto.
Com a chuva regais os montes,
encheis a terra com o fruto das vossas obras.

Fazeis germinar a erva para o gado
e as plantas para o homem, que tira o pão da terra.
Como são grandes as vossas obras!
Tudo fizestes com sabedoria:
a terra está cheia das vossas criaturas.
Glória a Deus para sempre!

Ou Salmo 32 (33), 4-5.6-7.12-13.20.22 (R. 5b)
Refrão: A bondade do Senhor encheu a terra.

A palavra do Senhor é reta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a retidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
A palavra do Senhor criou os céus,
o sopro da sua boca os adornou.

Foi Ele quem juntou as águas do mar
e distribuiu pela terra os oceanos.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.

Do céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.
A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protetor.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor.

24. Depois da primeira leitura: a criação (Gn 1, 1 – 2, 2 ou 1, 1.26-31a e o Sl 103 ou 32).
Oremos.
Deus todo-poderoso e eterno,
que tudo fazeis com admirável sabedoria,
dai aos homens por Vós redimidos a graça de compreenderem
que o sacrifício de Cristo, nosso Cordeiro pascal,
é obra ainda mais excelente
que o ato da criação no princípio do mundo.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.

Ou: depois da leitura breve sobre a criação do homem (Gn 1, 1.26-31a).
Oremos.
Senhor nosso Deus,
que de modo admirável criastes o homem
e de modo mais admirável o redimistes,
dai-nos a graça de resistir às seduções do pecado
com a sabedoria do espírito,
para merecermos chegar às alegrias eternas.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.


LEITURA II Forma longa Gn 22, 1-18
«O sacrifício do nosso pai Abraão»

Abraão, ao oferecer o seu filho único em sacrifício por amor, tornou-se a imagem do amor de Deus que entrega o seu Filho único, Jesus, para salvação de todos nós; mas manifesta também um grande ato de fé e de esperança, porque ele considera que Deus podia até ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração da ressurreição de Cristo, recuperou o seu filho Isaac (He 11, 19).

Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias,
Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o:
«Abraão!».
Ele respondeu: «Aqui estou».
Deus disse: «Toma o teu filho,
o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac,
e vai à terra de Moriá,
onde o oferecerás em holocausto,
num dos montes que Eu te indicar».
Abraão levantou-se de manhã cedo,
aparelhou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos
e o seu filho Isaac.
Cortou a lenha para o holocausto
e pôs-se a caminho do local que Deus lhe indicara.
Ao terceiro dia, Abraão ergueu os olhos e viu de longe o local.
Disse então aos servos: «Ficai aqui com o jumento.
Eu e o menino iremos além fazer adoração
e voltaremos para junto de vós».
Abraão apanhou a lenha do holocausto
e pô-la aos ombros do seu filho Isaac.
Depois, tomou nas mãos o fogo e o cutelo
e seguiram juntos o caminho.
Isaac disse a Abraão: «Meu pai».
Ele respondeu: «Que queres, meu filho?».
Isaac prosseguiu: «Temos aqui fogo e lenha;
mas onde está o cordeiro para o holocausto?».
Abraão respondeu:
«Deus providenciará o cordeiro para o holocausto, meu filho».
E continuaram juntos o caminho.
Quando chegaram ao local designado por Deus,
Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele,
atou seu filho Isaac e pô-lo sobre o altar, em cima da lenha.
Depois, estendendo a mão,
puxou do cutelo para degolar o filho.
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu:
«Abraão, Abraão!».
«Aqui estou, Senhor», respondeu ele.
O Anjo prosseguiu:
«Não levantes a mão contra o menino,
não lhe faças nenhum mal.
Agora sei que na verdade temes a Deus,
uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único».
Abraão ergueu os olhos
e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado.
Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho.
Abraão deu ao local este nome: «O Senhor providenciará».
E ainda hoje se diz: «Sobre a colina o Senhor providenciará».
O Anjo do Senhor chamou Abraão, do Céu, pela segunda vez,
e disse-lhe:
«Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor –
já que assim procedeste
e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único,
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência
como as estrelas do céu e como a areia que está nas praias do mar,
e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz,
na tua descendência serão abençoadas
todas as nações da terra».
Palavra do Senhor.

LEITURA II Forma breve Gn 22, 1-2.9a.10-13.15-18

O sacrifício do nosso pai Abraão
Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias,
Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o:
«Abraão!».
Ele respondeu: «Aqui estou».
Deus disse: «Toma o teu filho,
o teu filho único, a quem tanto amas, Isaac,
e vai à terra de Moriá,
onde o oferecerás em holocausto,
num dos montes que Eu te indicar».
Quando chegaram ao local designado por Deus,
Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele;
depois, estendendo a mão,
puxou do cutelo para degolar o filho.
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu:
«Abraão, Abraão!».
«Aqui estou, Senhor», respondeu ele.
O Anjo prosseguiu:
«Não levantes a mão contra o menino,
nem lhe faças nenhum mal.
Agora sei que na verdade temes a Deus,
uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único».
Abraão ergueu os olhos
e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado.
Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho.
O Anjo do Senhor chamou Abraão, do Céu, pela segunda vez,
e disse-lhe:
«Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor –
já que assim procedeste
e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único,
abençoar-te-ei e abençoarei a tua descendência
como as estrelas do céu e como a areia que está nas praias do mar,
e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz,
na tua descendência serão
abençoadas todas as nações da terra».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 15 (16), 5 e 8.9-10.11 (R. 1)
Refrão: Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Ou: Guardai-me, Senhor, porque esperei em Vós.

Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.

25. Depois da segunda leitura: o sacrifício de Abraão (Gn 22, 1-18 ou 22, 1-2.9a.10-13.15-18 e o Sl 15).

Oremos.
Senhor nosso Deus, Pai supremo dos fiéis,
que, pela graça da adoção,
multiplicais na terra os filhos da promessa
e, pelo sacrifício pascal, fizestes do vosso servo Abraão
o pai de todas as nações, como tínheis prometido,
concedei ao vosso povo a graça
de corresponder dignamente ao vosso chamamento.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.


LEITURA III Ex 14, 15 – 15, 1
«Os filhos de Israel penetraram no mar a pé enxuto»

No Antigo Testamento, o povo de Deus, depois de ter celebrado a Páscoa antiga no Egito, imolando o cordeiro pascal e ungindo com o sangue do mesmo cordeiro os umbrais e a padieira das suas portas, evitou a morte dos primogénitos e saiu liberto do Egito, passando a pé enxuto o Mar Vermelho. Esta passagem foi a imagem da passagem do novo povo de Deus pelas águas do Batismo, que o introduz agora na Igreja de Cristo.

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias,
disse o Senhor a Moisés:
«Porque estás a bradar por Mim?
Diz aos filhos de Israel que se ponham em marcha.
E tu ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o,
para que os filhos de Israel entrem nele a pé enxuto.
Entretanto, vou permitir que se endureça o coração dos egípcios,
que hão de perseguir os filhos de Israel.
Manifestarei então a minha glória,
triunfando do Faraó,
de todo o seu exército, dos seus carros e dos seus cavaleiros.
Os egípcios reconhecerão que Eu sou o Senhor,
quando Eu manifestar a minha glória,
vencendo o Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros».
O Anjo de Deus, que seguia à frente do acampamento de Israel,
deslocou-se para a retaguarda.
A coluna de nuvem que os precedia
veio colocar-se atrás do acampamento
e postou-se entre o campo dos egípcios e o de Israel.
A nuvem era tenebrosa de um lado
e do outro iluminava a noite,
de modo que, durante a noite,
não se aproximaram uns dos outros.
Moisés estendeu a mão sobre o mar,
e o Senhor fustigou o mar, durante a noite,
com um forte vento de leste.
O mar secou e as águas dividiram-se.
Os filhos de Israel penetraram no mar a pé enxuto,
enquanto as águas formavam muralha à direita e à esquerda.
Os egípcios foram atrás deles:
todos os cavalos do Faraó, os seus carros e cavaleiros
os seguiram pelo mar dentro.
Na vigília da manhã,
o Senhor olhou da coluna de fogo e da nuvem
para o acampamento dos egípcios
e lançou nele a confusão.
Bloqueou as rodas dos carros,
que dificilmente se podiam mover.
Então os egípcios disseram:
«Fujamos dos israelitas,
que o Senhor combate por eles contra os egípcios».
O Senhor disse a Moisés:
«Estende a mão sobre o mar,
e as águas precipitar-se-ão sobre os egípcios,
sobre os seus carros e os seus cavaleiros».
Moisés estendeu a mão para o mar
e, ao romper da manhã, o mar retomou o seu nível normal,
quando os egípcios fugiam na sua direção.
E o Senhor precipitou-os no meio do mar.
As águas refluíram
e submergiram os carros, os cavaleiros e todo o exército do Faraó,
que tinham entrado no mar, atrás dos filhos de Israel.
Nem um só escapou.
Mas os filhos de Israel tinham andado pelo mar a pé enxuto,
enquanto as águas formavam muralha à direita e à esquerda.
Nesse dia, o Senhor salvou Israel das mãos dos egípcios,
e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar.
Viu também o grande poder
que o Senhor exercera contra os egípcios,
e o povo temeu o Senhor,
acreditou n’Ele e em seu servo Moisés.
Então Moisés e os filhos de Israel
cantaram este hino em honra do Senhor:
«Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória,
precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Ex 15, 1-2.3-4.5-6.17-18 (R. 1b)
Refrão: Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
Ou: Deus fez maravilhas: o seu nome é Senhor.

Cantarei ao Senhor, que fez brilhar a sua glória:
precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro.
O Senhor é a minha força e a minha proteção:
a Ele devo a minha liberdade.

Ele é o meu Deus: eu O exalto;
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico.
O Senhor é um guerreiro, Omnipotente é o seu nome;
precipitou no mar os carros do Faraó e o seu exército.
Os seus melhores combatentes afogaram-se
no Mar Vermelho,
foram engolidos pelas ondas,
caíram como pedra no abismo.

A vossa mão direita, Senhor, revelou a sua força,
a vossa mão direita, Senhor, destroçou o inimigo.
Levareis o vosso povo e o plantareis na vossa montanha,
na morada segura que fizestes, Senhor,
no santuário que vossas mãos construíram.
O Senhor reinará pelos séculos dos séculos.

26. Depois da terceira leitura, passagem do Mar Vermelho (Ex 14, 15 – 15, 1) e o seu Cântico (Ex 15).
Oremos.
Senhor nosso Deus, também nos nossos dias,
vemos brilhar as vossas antigas maravilhas:
se outrora manifestastes o vosso poder,
libertando um só povo da perseguição do Faraó,
hoje assegurais a salvação de todas as nações,
fazendo-as renascer pela água do Batismo:
fazei que todos os povos da terra
se tornem filhos de Abraão e membros do vosso povo eleito.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.

Ou:
Oremos.
Senhor nosso Deus,
que iluminastes com a luz do Novo Testamento
as maravilhas operadas nos tempos antigos,
revelando no Mar Vermelho a imagem da fonte batismal
e, no povo libertado da escravidão do Egito,
os mistérios do povo cristão,
fazei que todos os homens,
elevados pela fé à dignidade de povo escolhido,
se tornem em Cristo nova criação pela graça do vosso Espírito.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.


LEITURA IV Is 54, 5-14
«Na sua eterna misericórdia, o Senhor, teu Redentor, teve compaixão de ti»

O profeta compara o amor de Deus pela sua Igreja ao amor com que o esposo ama a sua esposa. Apesar de o povo de Deus muitas vezes se ter afastado d’Ele, o profeta anuncia agora que, como aconteceu depois do dilúvio, Deus lhe promete perdão e misericórdia e que fará dele uma cidade nova, a Igreja de Cristo, lavada no seu Sangue e participante da sua vida de Ressuscitado.

Leitura do Livro de Isaías
O teu Criador, Jerusalém, será o teu Esposo
e o seu nome é ‘Senhor do Universo’.
O teu Redentor será o Santo de Israel,
que se chama ‘Deus de toda a terra’.
Como à mulher abandonada e de alma aflita,
o Senhor volta a chamar-te:
‘A esposa da juventude poderá ser repudiada?’,
– diz o teu Deus.
Por um momento abandonei-te,
mas no meu grande amor volto a chamar-te.
Num acesso de ira, escondi de ti a minha face,
mas na minha misericórdia eterna tive compaixão de ti,
diz o Senhor, teu Redentor.
Comigo sucede como no tempo de Noé,
quando jurei que as águas do dilúvio
não mais invadiriam a terra.
Assim Eu juro não tornar a irritar-Me contra ti,
não voltar a ameaçar-te.
Ainda que sejam abaladas as montanhas
e vacilem as colinas,
a minha misericórdia não te abandonará,
a minha aliança de paz não vacilará,
diz o Senhor, compadecido de ti.
Pobre cidade, batida pela tempestade e desolada,
vou assentar as tuas pedras sobre jaspe
e os teus alicerces em safiras;
vou fazer-te ameias de rubis,
portas de cristal
e todas as tuas muralhas de pedras preciosas.
Todos os teus habitantes serão instruídos pelo Senhor
e gozarão de uma grande paz.
Serás fundada sobre a justiça,
longe da violência, porque nada terás a temer,
longe do pavor, porque não poderá atingir-te.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 29 (30), 2 e 4.5-6.11 e 12a e 13b (R. 2a)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.
Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.

Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.

27. Depois da quarta leitura: a nova Jerusalém ( Is 54, 5-14 e o Sl 29).
Oremos.
Deus todo-poderoso e eterno,
multiplicai, para glória do vosso nome, a descendência
que prometestes aos nossos pais por causa da sua fé
e aumentai, pela adoção divina, os filhos da promessa,
de modo que a vossa Igreja possa ver como já se cumpriu
o que os santos Patriarcas esperaram e creram.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.

Ou outra das orações indicadas para depois das leituras eventualmente omitidas.


LEITURA V Is 55, 1-11
«Vinde a Mim, e a vossa alma viverá. Farei convosco uma aliança eterna»

O profeta anuncia a nascente da água, que o Senhor oferece gratuitamente; promete uma aliança eterna, com as graças já outrora prometidas a David, o antepassado de Jesus; e faz ouvir a sua palavra, que dá origem a uma nova criação naqueles que a escutarem: tudo isto acontece no Batismo dos catecúmenos e na renovação da vida em Cristo dos já batizados.

Leitura do Livro de Isaías
Eis o que diz o Senhor:
«Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas.
Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei.
Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite.
Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta
e o vosso trabalho naquilo que não sacia?
Ouvi-Me com atenção e comereis o que é bom;
saboreareis manjares suculentos.
Prestai-Me ouvidos e vinde a Mim;
escutai-Me e vivereis.
Firmarei convosco uma aliança eterna,
com as graças prometidas a David.
Fiz dele um testemunho para os povos,
um chefe e legislador das nações.
Chamarás povos que não conhecias;
nações que não te conheciam acorrerão a ti,
por causa do Senhor teu Deus,
do Santo de Israel, que te glorificou.
Procurai o Senhor enquanto Se pode encontrar,
invocai-O enquanto está perto.
Deixe o ímpio o seu caminho,
e o homem perverso os seus pensamentos.
Converta-se ao Senhor, que terá compaixão dele,
ao nosso Deus, que é generoso em perdoar.
Porque os meus pensamentos não são os vossos,
nem os vossos caminhos são os meus – oráculo do Senhor.
Tanto quanto os céus estão acima da terra,
assim os meus caminhos estão acima dos vossos
e acima dos vossos estão os meus pensamentos.
E assim como a chuva e a neve que descem do céu
não voltam para lá sem terem regado a terra,
sem a haverem fecundado e feito produzir,
para que dê a semente ao semeador e o pão para comer,
assim a palavra que sai da minha boca
não volta sem ter produzido o seu efeito,
sem ter cumprido a minha vontade,
sem ter realizado a sua missão».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Is 12, 2-3.4bcd.5-6 (R. 3)
Refrão: Ireis com alegria às fontes da salvação.
Ou: Das fontes da salvação, saciai-vos na alegria.

Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água, com alegria, das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome,
Anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria e exultai, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

28. Depois da quinta leitura: a salvação oferecida a todos gratuitamente (Is 55, 1-11) e o Cântico (Is 12).
Oremos.
Deus todo-poderoso e eterno, única esperança do mundo,
que, na palavra dos Profetas,
anunciastes os mistérios dos tempos presentes,
aumentai no vosso povo o desejo dos bens celestes,
porque nenhum dos vossos fiéis pode crescer na virtude
sem a inspiração da vossa graça.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.

LEITURA VI Br 3, 9-15.32 – 4, 4
«Caminha para o esplendor da luz do Senhor»

Ao povo de Deus, que vive no meio de todos os outros povos e onde muitas vezes não sabe encontrar o caminho, o profeta aponta a “fonte da sabedoria”, que é o próprio Deus. Ele é a origem de todas as criaturas, mas revelou a Sabedoria aos homens na Lei, “que é o livro dos mandamentos de Deus”, e são eles que orientam os homens para Ele. Mas, um dia, a Sabedoria de Deus apareceu na terra em seu Filho feito homem, Jesus. Seguir Jesus é ter encontrado o caminho da Sabedoria.

Leitura do Livro de Baruc
Escuta, Israel, os mandamentos da vida;
inclina os teus ouvidos para aprenderes a prudência.
Porque será, Israel, que te encontras em país inimigo
e envelheces em terra estrangeira?
Porque te contaminaste com os mortos,
foste contado entre os que descem ao sepulcro
e abandonaste a fonte da Sabedoria.
Se tivesses seguido o caminho de Deus,
viverias em paz eternamente.
Aprende onde está a prudência,
onde está a força e a inteligência,
para conheceres também
onde se encontra a longevidade e a vida,
onde está a luz dos olhos e a paz.
Quem descobriu a morada da Sabedoria?
Quem penetrou nos seus tesouros?
Aquele que tudo sabe conhece-a;
descobriu-a com a sua inteligência
Aquele que firmou a terra para sempre,
enchendo-a de animais quadrúpedes,
Aquele que envia a luz e ela vai,
que a chama e ela obedece-Lhe tremendo.
As estrelas brilham vigilantes nos seus postos
cheias de alegria;
Ele chama por elas e respondem: «Aqui estamos»
e resplandecem alegremente para Aquele que as criou.
Este é o nosso Deus, e nenhum outro se Lhe pode comparar.
Penetrou todos os caminhos da Sabedoria
e mostrou-os a Jacob seu servo, a Israel seu predileto.
Depois, ela apareceu sobre a terra
e habitou no meio dos homens.
Ela é o livro dos mandamentos de Deus
e a lei que permanece eternamente.
Os que a seguirem alcançarão a vida,
mas aqueles que a abandonarem morrerão.
Volta, Jacob, e abraça-a,
caminha para o esplendor da sua luz.
Não cedas a outros a tua glória,
nem os teus privilégios a uma nação estrangeira.
Felizes de nós, Israel,
porque nos foi revelado o que agrada a Deus.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 (19), 8.9.10.11 (R. Jo 6, 68c)
Refrão: Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna.

A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.

Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.

O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos.

São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.

29. Depois da sexta leitura: a fonte da sabedoria (Br 3, 9-15.31 – 4, 4) e o Sl 18).
Oremos.
Senhor nosso Deus,
que fazeis crescer continuamente a vossa Igreja,
chamando para ela todos os povos,
defendei com a vossa proteção
os que purificais nas águas do Batismo.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.


LEITURA VII Ez 36, 16-17a.18-28
«Derramarei sobre vós água pura e dar-vos-ei um coração novo»

Ao povo de Deus que estava ainda no exílio e que não sabia honrar o nome de Deus que trazia em si, o profeta anuncia a libertação: vai tirá-lo do meio dos pagãos e fazê-lo passar para a sua terra; vai derramar sobre ele uma água pura para o purificar; vai dar-lhe um coração novo e um espírito novo; vai fazer dele o seu povo e Ele próprio será o seu Deus. É tudo isto que o Batismo vai agora realizar naqueles que o vão receber e assim entram na Igreja de Cristo.

Leitura da Profecia de Ezequiel
A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:
«Filho do homem,
quando os da casa de Israel habitavam na sua terra,
mancharam-na com o seu proceder e as suas obras.
Fiz-lhes então sentir a minha indignação,
por causa do sangue que haviam derramado no país
e dos ídolos com que o tinham profanado.
Dispersei-os entre as nações,
espalhei-os entre os outros povos;
julguei-os segundo o seu proceder e as suas obras.
Em todas as nações para onde foram,
profanaram o meu santo nome; e por isso se dizia deles:
‘São o povo do Senhor: tiveram de deixar a sua terra’.
Quis então salvar a honra do meu santo nome,
que a casa de Israel profanara
entre as nações para onde tinha ido.
Por isso, diz à casa de Israel: Assim fala o Senhor Deus:
Não faço isto por causa de vós, Israelitas,
mas por causa do meu santo nome,
que profanastes entre as nações para onde fostes.
Manifestarei a santidade do meu grande nome,
profanado por vós entre as nações para onde fostes.
E as nações reconhecerão que Eu sou o Senhor
– oráculo do Senhor Deus –
quando a seus olhos Eu manifestar a minha santidade,
a vosso respeito.
Então retirar-vos-ei de entre as nações,
reunir-vos-ei de todos os países,
para vos restabelecer na vossa terra.
Derramarei sobre vós água pura
e ficareis limpos de todas as imundícies;
e purificar-vos-ei de todos os falsos deuses.
Dar-vos-ei um coração novo
e infundirei em vós um espírito novo.
Arrancarei do vosso peito o coração de pedra
e dar-vos-ei um coração de carne.
Infundirei em vós o meu espírito
e farei que vivais segundo os meus preceitos,
que observeis e ponhais em prática as minhas leis.
Habitareis na terra que dei a vossos pais;
sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 41 (42), 2-3.5; 42 (43), 3-4 (R. 41 (42), 2)
Refrão: Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Ou: Como o veado em busca das águas,
assim, ó Deus, a minha alma Vos deseja.

Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
Quando irei contemplar a face de Deus?

A minha alma estremece ao recordar
quando passava em cortejo para o templo do Senhor,
entre as vozes de louvor e de alegria
da multidão em festa.

Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam
à vossa montanha santa
e ao vosso santuário.

E eu irei ao altar de Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei,
Senhor, meu Deus.

Quando se celebra o Batismo, pode dizer-se, em vez deste salmo, o cântico de Is 12, como acima (depois da Leitura V); ou ainda o Salmo 50 (51), como segue:

Salmo 50 (51), 12-13.14-15.18-19 (R. 12a)
Refrão: Criai em mim, Senhor, um coração puro.

Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos,
e os transviados hão de voltar para Vós.

Não é do sacrifício que Vos agradais
e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis.
Sacrifício agradável a Deus é o espírito arrependido:
não desprezareis, Senhor,
um espírito humilhado e contrito.

30. Depois da sétima leitura: o coração novo e o espírito novo (Ez 36, 16-28).
Oremos.
Senhor nosso Deus,
poder imutável e luz sem ocaso,
olhai com bondade para a vossa Igreja,
admirável sacramento da nova aliança,
e confirmai na paz, segundo os vossos desígnios eternos,
a obra da salvação humana,
para que todo o mundo veja e reconheça
como o abatido se levanta, o envelhecido se renova
e tudo volta à sua integridade original,
por meio d’Aquele que é o princípio de todas as coisas,
Jesus Cristo, vosso Filho.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Amen.

Ou

Oremos.
Senhor nosso Deus,
que nos instruís com as páginas do Antigo e do Novo Testamento
para celebrarmos o mistério pascal, abri os nossos corações
para compreendermos a vossa misericórdia,
a fim de que, ao recebermos os dons presentes,
se confirme em nós a esperança dos bens eternos.
Por Cristo nosso Senhor.
R. Amen.

31. Depois da última leitura do Antigo Testamento, com o salmo responsorial e a oração correspondente, acendem-se as velas do altar. O sacerdote entoa o hino Glória a Deus nas alturas (Glória in excélsis Deo), que é cantado por todos. Tocam-se os sinos, conforme os costumes locais.

32. Terminado o hino, o sacerdote diz a Oração coleta, na forma habitual:
Oremos.
Senhor nosso Deus,
que fazeis resplandecer esta sacratíssima noite
com a glória da ressurreição do Senhor,
renovai, na vossa Igreja, o Espírito da adoção filial,
para que, renovados no corpo e na alma,
nos entreguemos plenamente ao vosso serviço.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
R. Amen.

33. Seguidamente, o leitor faz a leitura do Apóstolo (Epístola).

EPÍSTOLA Rm 6, 3-11
«Cristo, ressuscitado dos mortos, já não pode morrer»

Passamos agora à leitura do Novo Testamento. A leitura do Antigo Testamento, que fizemos até aqui, já nos preparava para entendermos agora a do Novo. A leitura que segue é a melhor apresentação do sentido do Batismo (que vamos celebrar). O Batismo torna-nos participantes da morte e ressurreição de Cristo. Ao passarmos pela água, significa-se que morremos e somos sepultados com Cristo; ao sairmos da água, significa-se que ressuscitamos com Cristo, para depois vivermos com Ele e n’Ele para Deus.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo
fomos batizados na sua morte.
Fomos sepultados com Ele pelo Batismo na sua morte,
para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos
pela glória do Pai,
também nós vivamos uma vida nova.
Se, na verdade, estamos totalmente unidos a Cristo
pela semelhança da sua morte,
também o estaremos pela semelhança da sua ressurreição.
Bem sabemos que o nosso homem velho
foi crucificado com Cristo,
para que fosse destruído o corpo do pecado
e não mais fôssemos escravos dele.
Quem morreu está livre do pecado.
Se morremos com Cristo,
acreditamos que também com Ele viveremos,
sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos,
Cristo já não pode morrer;
a morte já não tem domínio sobre Ele.
Porque na morte que sofreu,
Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre;
mas a sua vida é uma vida para Deus.
Assim vós também,
considerai-vos mortos para o pecado
e vivos para Deus, em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.

34. Terminada a leitura da Epístola, todos se levantam.
O sacerdote entoa solenemente três vezes o Aleluia, subindo gradualmente de tom, e todos repetem. Se for necessário, o próprio salmista, em vez do sacerdote, entoa o Aleluia.
Em seguida, o salmista ou um cantor canta o salmo 117 e o povo responde, cantando Aleluia.

35. O sacerdote, na forma habitual, impõe o incenso e abençoa o diácono. Para a proclamação do Evangelho não se levam círios, mas apenas incenso.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118), 1-2.16ab-17.22-23
(R. Aleluia)
Refrão: Aleluia. Aleluia. Aleluia.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei de viver,
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.


Evangelho Mt 28, 1-10
A Ressurreição de Jesus, fato histórico, real, mas misterioso não pode ser descrita com palavras humanas, nem segundo os critérios usados ao descrever acontecimentos humanos. Por isso, S. Mateus, ao transmitir-nos a crónica das primeiras horas após a Ressurreição, emprega o estilo com que, no Antigo Testamento, se descreviam as grandes manifestações de Deus. Para ele, a Ressurreição é a grande intervenção de Deus, que inaugura a nova criação; é o Dia do Senhor: é a vitória de Deus sobre os inimigos de Jesus. No seu entusiasmo não deixa, porém, de evidenciar, através do túmulo vazio, a realidade do Acontecimento central da História da Salvação, realizado precisamente ao «terceiro dia» (Cf. Mt. 20, 17, 19), como Jesus tinha dito, ao anunciar a Sua Morte e a Sua Ressurreição.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus
Depois do sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro. De repente, houve um grande terramoto: o Anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, removeu a pedra do sepulcro e sentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago e a sua túnica branca como a neve. Os guardas começaram a tremer de medo e ficaram como mortos. O Anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui: ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver o lugar onde jazia. E ide depressa dizer aos discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis'. Era o que tinha para vos dizer». As mulheres afastaram-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e grande alegria, e correram a levar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão».
Palavra da salvação.

36. A seguir ao Evangelho, a homilia, embora breve, não se deve omitir.


Terceira parte
Liturgia batismal


Se há administração do Batismo:
Caríssimos irmãos:
Ajudemos com as nossas preces estes nossos irmãos,
preparados para receberem a vida nova do Batismo.
Oremos a Deus Pai todo-poderoso,
para que, na sua grande misericórdia,
os guie e acompanhe até à fonte batismal.
Se não há administração do Batismo, mas apenas a bênção da fonte batismal:
Caríssimos irmãos: Invoquemos a graça de Deus Pai todo-poderoso sobre esta água (fonte), para que todos os que nela receberem a vida nova do Batismo, sejam incorporados em Cristo e contados entre os filhos de Deus.


LADAINHA DOS SANTOS


Bênção da água batismal

46. O sacerdote procede à bênção da água batismal, dizendo, de braços abertos, a seguinte oração:

Senhor nosso Deus:
pelo vosso poder invisível,
realizais maravilhas nos vossos sacramentos,
e, de vários modos, preparastes a água
para manifestar a graça do Batismo.
Já no princípio do mundo o Espírito pairava sobre as águas,
prefigurando o seu poder de santificar.
Nas águas do dilúvio destes-nos uma imagem do Batismo,
sacramento da vida nova,
porque as águas significam, ao mesmo tempo,
o fim do pecado e o princípio da santidade.
Aos filhos de Abraão,
fizestes atravessar a pé enxuto o Mar Vermelho,
para que esse povo, liberto da escravidão,
fosse a imagem do povo santo dos batizados.
O vosso Filho Jesus Cristo,
ao ser batizado por João Batista nas águas do Jordão,
recebeu a unção do Espírito Santo;
suspenso na cruz, do seu lado aberto fez brotar sangue e água,
e, depois de ressuscitado, ordenou aos seus discípulos:
«Ide e ensinai todos os povos,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».
Olhai agora, Senhor, para a vossa Igreja
e dignai-Vos abrir para ela a fonte do Batismo.
Receba esta água, pelo Espírito Santo,
a graça do vosso Filho unigénito,
para que o homem, criado à vossa imagem,
no sacramento do Batismo seja purificado das velhas impurezas
e ressuscite, como nova criatura,
pela água e pelo Espírito Santo.

47. Introduzindo, conforme as circunstâncias, o círio pascal, uma ou três vezes na água, continua:
Nós Vos pedimos, Senhor, desça sobre esta água,
por vosso Filho, a virtude do Espírito Santo,
Com o círio na água, prossegue:
para que todos os que nela forem batizados,
sepultados com Cristo na morte,
com Ele ressuscitem para a vida.
Ele que é Deus e convosco vive e reina,
na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
R. Amen.


Bênção da água lustral

Renovação das promessas do Batismo

Liturgia eucarística

61. Oração sobre as oblatas
Aceitai, Senhor, com estas oferendas,
as orações dos vossos fiéis
e fazei que o sacrifício inaugurado no mistério pascal,
por vossa graça, nos sirva de remédio para a vida eterna.
Por Cristo nosso Senhor.

62. Prefácio Pascal I

66. Antífona da comunhão cf. 1Cor 5, 7-8
Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Aleluia.
Celebremos a festa com o pão ázimo da pureza a da verdade. Aleluia.
É oportuno cantar o Sl 117.

67. Oração depois da comunhão
Infundi em nós, Senhor, o vosso espírito de caridade,
para que vivam unidos num só coração e numa só alma
aqueles que saciastes com os sacramentos pascais.
Por Cristo nosso Senhor.

68. Bênção solene
Nesta noite (neste dia) solene da Páscoa,
Deus todo-poderoso vos dê a sua bênção
e, em sua misericórdia, vos guarde de todo o pecado.
R. Amen.

Deus, que, pela ressurreição do seu Filho unigénito,
vos renovou para a vida eterna,
vos conceda a glória da imortalidade.
R. Amen.

A vós que, terminados os dias da paixão do Senhor,
celebrais com alegria a festa da Páscoa,
Deus vos conceda a graça de chegar um dia
às alegrias da Páscoa eterna.
R. Amen.

A bênção de Deus todo-poderoso,
Pai, Filho + e Espírito Santo,
desça sobre vós e permaneça para sempre.
R. Amen.

Também se pode utilizar a fórmula de bênção final da Celebração do Batismo dos adultos ou das crianças, conforme as circunstâncias.

69. Na despedida, o diácono ou o próprio sacerdote diz:
Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Aleluia. Aleluia.
Todos respondem: Graças a Deus. Aleluia. Aleluia.

 

Ano A

Missa

 

Missa do dia

Domingo de Páscoa

ANTÍFONA DE ENTRADA Cf. Sl 138, 18.5-6
Ressuscitei e estou convosco para sempre;
pusestes sobre mim a vossa mão:
é admirável a vossa sabedoria.

Ou Cf. Lc 24 , 34; cf. Ap 1, 6
O Senhor ressuscitou verdadeiramente. Aleluia.
Glória e louvor a Cristo para sempre. Aleluia.

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLETA
Senhor Deus do universo,
que, neste dia, pelo vosso Filho unigénito,
vencedor da morte,
nos abristes as portas da eternidade,
concedei-nos que,
celebrando a solenidade da ressurreição de Cristo,
renovados pelo vosso Espírito,
ressuscitemos para a luz da vida.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


Leitura I At 10, 34a, 37-43
Diante de pagãos, em casa do centurião Cornélio, Pedro anuncia o que já lhes havia chegado aos ouvidos: Cristo ressuscitou! E, completando aquela «boa notícia», garantindo, com o seu testemunho pessoal, a verdade dos acontecimentos daqueles dias, o Apóstolo explica-lhes o que eles querem dizer:
– Jesus de Nazaré, homem que viveu como eles e com Quem Pedro convivera, não é um simples homem. Ungido do Espírito de Deus, tem a plenitude de Deus em Si. Ele é o Messias, o Filho de Deus, como o demonstrou pelos milagres por ele mesmo presenciados e, sobretudo pelo milagre definitivo – a Ressurreição.
Pela Ressurreição, de que Pedro é testemunha, Jesus de Nazaré é o Juiz dos vivos e dos mortos, é o Salvador de todos os homens, judeus ou pagãos.


Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n'O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se¬, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos. Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. É d'Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».
Palavra do Senhor.


Salmo Responsorial Sal. 117(118), 1-2, 16ab-17, 22-23
Refrão: Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a Sua misericórdia. Refrão

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei de viver,
para anunciar as obras do Senhor. Refrão

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
e é admirável aos nossos olhos. Refrão


Leitura II Col. 3, 1-4
Pelo seu Batismo, o cristão morreu para o pecado e ressuscitou com Cristo para uma vida nova. Desde esse momento, recebeu a missão de, à semelhança de Cristo, conduzir os homens e todas as coisas para o Pai.
Inserido nas realidades divinas, não pode alhear-se do mundo, nem ficar indiferente aos esforços dos homens relativamente à construção dum mundo de felicidade, justiça e paz.
Inserido nas realidades da terra, não pode encerrar-se no mundo, trabalhando só para fins terrenos, esquecido do destino final do homem e do mundo.
Feito nova criatura pela Ressurreição de Cristo, o cristão viverá a vida de cada dia, sem perder de vista o fim superior, para que foi criado.


Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Colossenses
Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Cristo Se encontra, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, então também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
Palavra do Senhor.


Ou I Cor 5, 6b-8
Para significar o começo de uma nova existência, que teve lugar com a libertação do Egito, os judeus celebravam a Páscoa com pão sem fermento, pois deitavam para fora de casa o fermento antigo.
Com Cristo Ressuscitado, começou para o Povo de Deus uma vida nova. Por isso, o cristão, deitando fora o fermento antigo (o pecado e a mentira), deve ser pão «ázimo», liberto de todo o mal, de tal modo que nele transpareça sempre a presença do Espírito.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa? Purificai-vos do velho fermento, para serdes uma nova massa, visto que sois pães ázimos. Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado. Celebremos a festa, não com fermento velho, nem com fermento de malícia e perversidade, mas com os pães ázimos da pureza e da verdade.
Palavra do Senhor.


SEQUÊNCIA PASCAL
À Vítima pascal
Ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo,
e a glória do ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso,
tende piedade de nós.


ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO I Cor 5, 7b-8a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado:
celebremos a festa do Senhor. Refrão


Evangelho Jo 20, 1-9
Pedro e João, juntamente com Madalena, são as primeiras testemunhas do túmulo vazio, naquela manhã de Páscoa. Não foi, porém, muito facilmente que eles chegaram à conclusão de que Jesus estava vivo. A sua fé será progressiva, caminhará entre incredulidade e dúvidas. Só perante as ligaduras e o lençol, cuidadosamente dobrados, o que excluía a hipótese de roubo, se lhes começam a abrir os olhos para a realidade.
No seu amor intuitivo, João é o primeiro a compreender os sinais da Ressurreição. Mas bem depressa Pedro, que, não por acaso mas intencionalmente, ocupa o primeiro lugar e nos aparece já nesta manhã como Chefe do Colégio Apostólico, descobre a verdade, anunciada tão claramente pela Escritura e pelo mesmo Jesus. Depois, em contato pessoal com o Ressuscitado, a sua fé tornar-se-á firme como «rocha» inabalável.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro¬. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro:¬ viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Palavra da Salvação.


Em vez deste Evangelho pode ler-se o que se leu na Vigília da Noite Santa. Nas Missas Vespertinas pode ler-se o Evangelho de Lc 24, 13-15.

EVANGELHO (Facultativo para as Missas Vespertinas) Lc. 24, 13-35
A pedagogia catequística de Lucas, ao descrever o encontro de Cristo com os discípulos de Emaús, mostra-nos bem qual é o caminho, que leva o cristão a um verdadeiro encontro com Jesus. Na verdade, foi através da Sagrada Escritura que o conhecimento dos discípulos acerca de Jesus se aprofundou e se lhes revelou, claramente, o sentido da Sua missão. Foi, porém, na Eucaristia que
O encontraram: Aquele que julgavam perdido para sempre, está vivo e permanece com eles na Eucaristia. A Escritura e a Eucaristia, como o ensinou o Concílio Vaticano II, são os dois modos pelos quais nos alimentamos do «Pão da Vida» (DV 21).


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas
Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias». E Ele perguntou: «Que foi?». Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos, a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?». Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de seguir para diante. Mas eles convenceram-n'O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n'O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?». Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.
Palavra da Salvação.


Diz-se o Credo.


73. Oração sobre as oblatas
Exultando de alegria pascal,
nós Vos oferecemos, Senhor, este sacrifício,
no qual tão admiravelmente
renasce e se alimenta a vossa Igreja.
Por Cristo nosso Senhor.

74. Prefácio PASCAL I da Paixão do Senhor O mistério pascal
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
que sempre Vos louvemos, mas com maior solenidade
(nesta noite – neste dia – neste tempo),
em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.
Ele é o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo:
morrendo destruiu a morte
e ressuscitando restaurou a vida.
Por isso, na plenitude da alegria pascal,
exultam os homens por toda a terra
e, com os anjos e todos os coros celestes,
proclamam a vossa glória,
dizendo (cantando) numa só voz:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.
Na Missa da Vigília Pascal diz-se: mas com maior solenidade nesta noite; durante a oitava: neste dia; depois da oitava: neste tempo.
No Cânone romano dizem-se o Em comunhão com toda a Igreja e o Aceitai benignamente, Senhor próprios.

Nas Orações eucarísticas II e III fazem-se também as comemorações próprias.

75. Antífona da comunhão cf. 1Cor 5, 7-8
Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Aleluia.
Celebremos a festa com o pão ázimo da pureza a da verdade. Aleluia.

76. Oração depois da comunhão
Senhor nosso Deus,
protegei sempre com paternal bondade a vossa Igreja,
para que, renovada pelos mistérios pascais,
mereça chegar à glória da ressurreição.
Por Cristo nosso Senhor.

77. Para a bênção final, no fim da Missa, é conveniente que o sacerdote utilize a fórmula de bênção solene proposta na Vigília Pascal:

Nesta noite (neste dia) solene da Páscoa,
Deus todo-poderoso vos dê a sua bênção
e, em sua misericórdia, vos guarde de todo o pecado.
R. Amen.

Deus, que, pela ressurreição do seu Filho unigénito,
vos renovou para a vida eterna,
vos conceda a glória da imortalidade.
R. Amen.

A vós que, terminados os dias da paixão do Senhor,
celebrais com alegria a festa da Páscoa,
Deus vos conceda a graça de chegar um dia
às alegrias da Páscoa eterna.
R. Amen.

A bênção de Deus todo-poderoso,
Pai, Filho e Espírito Santo,
desça sobre vós e permaneça para sempre.
R. Amen.

78. Na despedida, durante toda a oitava, canta-se ou diz-se:
V. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Aleluia. Aleluia.
R. Graças a Deus. Aleluia. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus, protegei sempre com paternal bondade a vossa Igreja, para que, renovada pelos mistérios pascais, mereça chegar à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor.
Na despedida, durante toda a Oitava, diz-se:
Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Aleluia. Aleluia.
R. Graças a Deus. Aleluia. Aleluia.

 

 

Martirológio

1.   Em Alexandria, no Egipto, São Máximo, bispo, que, durante o tempo em que era presbítero, acompanhou no exílio e na confissão da fé São Dionísio, a quem sucedeu na sede episcopal.

2.   Também em Alexandria, Santo Edésio, irmão de Santo Anfiano, que, no tempo do imperador Maximino, censurou abertamente o juiz por entregar ao lenocínio as virgens consagradas a Deus, e por isso foi preso e torturado pelos soldados e lançado ao mar, morrendo por Cristo Nosso Senhor.

3.   Em Sirmium, na Panónia, hoje Sremska Mitrovica, na Sérvia, São Demétrio, mártir, que é piedosamente venerado em todo o Oriente, especialmente em Tessalónica.

4.   Em Cesareia, na Capadócia, hoje Kayseri, na Turquia, Santo Eupsíquio, mártir, que, por ter destruído o templo da deusa Fortuna, sofreu o martírio no tempo do imperador Juliano Apóstata.

5.   Em Le Mans, na Gália Lionense, hoje na França, São Libório, bispo.

6.   Em Amida, na Mesopotâmia, hoje Diyarbakir, na Turquia, Santo Acácio, bispo, que, para resgatar os persas cativos e sujeitos a duros suplícios, persuadiu o clero e chegou a vender aos romanos os vasos sagrados da Igreja.

7.   Em Mons, na Nêustria, hoje na Bélgica, Santa Valdetrudes, que era irmã de Santa Aldegundes, esposa de São Vicente Madelgário e mãe de quatro santos, e, imitando seu esposo, se consagrou a Deus e tomou o hábito monástico num cenóbio por ela fundado.

8.   Em Jumièges, também na Nêustria, hoje na França, Santo Hugo, bispo de Rouen, que governou simultaneamente o mosteiro de Fontenelle e as Igrejas de Paris e de Baieux e, finalmente, renunciando a estas funções, dirigiu o mosteiro de Jumièges.

9.   No lugar de São Vicente, próximo de Briviesca, em Castela, região da Espanha, Santa Cassilda, virgem, que, tendo nascido na religião maometana, ajudou compassivamente os cristãos encarcerados e depois seguiu a vida cristã na solidão eremítica.

10*.   Em Aureil, no território de Limoges, na França, São Gauquério, que foi cónego regular e resplandeceu para o clero como exemplo de vida comum e zelo das almas.

11*.   Junto ao monte Senário, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o Beato Ubaldo de Sansepolcro, presbítero da Ordem dos Servos de Maria, que foi conduzido da milícia terrestre ao serviço de Maria por São Filipe Benízi.

12*.   Em Tana, na Índia oriental, o Beato Tomás de Tolentino, presbítero da Ordem dos Menores e mártir, que, tendo partido para anunciar o Evangelho no império da China, quando passava pelas terras dos Tártaros e dos Indianos, coroou a sua missão com glorioso martírio.

13*.   Em Bricherásio, junto de Pinerolo, no Piemonte, região da Itália, o Beato António Pavóni, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que, ao sair da igreja onde pregara contra a heresia, foi barbaramente trucidado.

14♦.   Em Dax, na Aquitânia, região da França, a Beata Margarida Rutan, virgem da Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e mártir.

15*.   No campo de concentração de Auschwitz, perto de Cracóvia, na Polónia, a Beata Celestina Faron, virgem da Congregação das Pequenas Servas da Imaculada Conceição e mártir, que, durante a ocupação militar da Polónia, foi encerrada no cárcere por causa da sua fé em Cristo e, atormentada por cruéis suplícios, alcançou a gloriosa coroa do martírio.

16♦.   Em Salvador da Baía, no Brasil, a Beata Lindalva Justo de Oliveira, virgem da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e mártir.