Questões e respostas
A utilização de bandeiras na igreja
Desejava ser esclarecido sobre a utilização de bandeiras na igreja, durante a celebração da liturgia. Calculo que será possível a exposição da bandeira do Vaticano e do Estado Português. Gostaria de saber se também é possível a utilização de bandeiras de outras instituições, tais como os Escuteiros e as Associações Culturais ou Desportivas, ou mesmo a utilização de bandeiras representativas da administração local freguesias e concelhos).
O que posso dizer-lhe sobre o assunto da sua pergunta é o seguinte: o Ritual das Bênçãos, na página 509 ss, trata da bênção de uma bandeira, e diz:
“Em muitos lugares, os membros de alguns grupos ou associações religiosas, civis ou militares, pedem a bênção das respectivas bandeiras. Esta prática pode admitir-se e até recomendar-se, contanto que o desejo dessa bênção não esteja em contradição com o espírito do Evangelho. Antes de se proceder à bênção de determinada bandeiras, é necessário, portanto, saber qual será o seu uso e finalidade, porque só poderão ser benzidas aquelas que se destinam a associações religiosas ou outras associações que prestam ajuda nas necessidades públicas ou procuram promover o verdadeiro progresso cívico, cultural ou social das populações ou que são próprias de uma nação ou região”.
O Ritual das Bênçãos, que prevê a bênção de algumas bandeiras, nada diz acerca do seu uso na liturgia, mas também nada diz que o proíba. É por isso legítimo concluir que é permitido o uso de certas bandeiras na liturgia, caso contrário seria escusado falar da sua possível bênção.
Que bandeiras se podem usar e quando? É essa a pergunta do consulente.
Quais? Certamente a bandeira da Santa Sé e a do País; certamente também a de todas as associações religiosas e movimentos cristãos de uma Paróquia (das quais fazem parte os Escuteiros, mas não só...); circunstancialmente outras...
Quando? As duas normas fundamentais são a oportunidade e a conveniência. É oportuno? É conveniente? As circunstâncias influenciam muito este tipo de decisões. Há que tê-las em conta.
Quem terá de ter a palavra final nestes assuntos serão os responsáveis de cada Paróquia ou de cada lugar de culto. Eles, por sua vez, deverão ter em conta o parecer e a sensibilidade de outras pessoas da comunidade.
O que acabo de escrever é o que penso, e não o que eventualmente possam dizer os documentos da Igreja sobre tal matéria, que não conheço. Fica, pois, ressalvada, a hipótese de eles existirem. Nesse caso, é a eles que devemos ater-nos.
Um colaborador do SNL