Questões e respostas
Transportar os vasos sagrados
Gostaria de saber, no caso de missas grandes, campais, que são feitas fora da Igreja, qual é o meio mais digno de transportar os vasos sagrados?
Caro amigo
Não sei qual seja a verdadeira dimensão dessas “missas grandes, campais” a que se refere. As do meu país, que é Portugal, têm a sua maior expressão em Fátima, onde se juntam, em certas ocasiões, cem mil, duzentas mil, trezentas mil... quinhentas mil pessoas. Um tal número de participantes implica, necessariamente, uma grande quantidade de vasos sagrados. Em Fátima é fácil transportá-los da Basílica para o altar da esplanada, porque a distância é curta.
A sua pergunta, ao contrário do que se passa em Fátima, deixa supor que a distância para onde se devem levar os vasos é considerável e que o seu número é grande: “qual é o meio mais digno de transportar os vasos sagrados? Existe um objecto onde se possam depositar durante o trajecto?”.
Vejamos, primeiro, o que são vasos sagrados? A IGMR, nn. 327 e 329, diz que são objectos, feitos de metais nobres (ouro ou prata) ou também de materiais sólidos (marfim ou certas madeiras mais duras), que não se quebrem (exclui-se, portanto, o vidro e o cristal), nem deteriorem facilmente (excluem-se também os metais oxidáveis, como o latão, o cobre ou o chumbo), que servem para oferecer, consagrar e comungar o pão e o vinho. A IGMR indica o nome de cinco desses vasos: o cálice, a patena, as píxides, a caixa-cibório, a custódia, e outros semelhantes.
Não conheço nenhum objecto onde se possa depositar e transportar uma grande quantidade de vasos sagrados. Esse é um problema que tem de ser solucionado localmente, da melhor maneira possível, e sem preconceitos de falta de dignidade. O que convém é envolver os vasos, um por um, em papel ou em panos, para que não se risquem, e colocá-los dentro de caixas de cartão ou outras, onde fiquem bem acondicionados. Como tudo é de metal ou de madeira dura, não há o problema de se partirem.
Já agora, embora o não pergunte, digo-lhe como é que os responsáveis do Santuário de Fátima resolvem o problema da comunhão em dias de grande afluência de peregrinos. Colocam sobre o altar várias dezenas ou mesmo uma centena ou mais de píxides com partículas. No momento da comunhão, à medida que os sacerdotes e diáconos vão comungando, entrega-se a cada um deles uma píxide com partículas consagradas.
Terminada a comunhão, cada ministro traz a sua píxide, e leva-a directamente para uma capela onde as partículas que sobraram são recolhidas e guardadas no sacrário da Basílica.
Devo dizer-lhe, que embora a distribuição da comunhão seja demorada, não se pode dizer que o seja exageradamente.
Um colaborador do SNL
(BPL 133)