Estamos a construir uma capela interna na Igreja Matriz. Gostaríamos de saber quais podem ou devem ser as medidas exactas de um altar e, também, qual é o material mais apropriado. Não se trata de um altar principal, de uso regular, mas de um altar secundário, para missas ocasionais.

Creio que, apesar de secundário ou menor, se trata de um altar fixo, ou seja, construído sobre o pavimento e de tal modo unido a ele que não se pode remover (cf. IGMR 298).
As normas actuais sobre tais altares são estas: “Os altares menores devem ser em número reduzido. Além disso, tanto quanto a estrutura do edifício o permite, é muito conveniente colocá-los em capelas de algum modo separadas da nave da igreja” (Instrução Inter Oecumenici, 93); “Em igrejas novas, procure-se colocar (os altares menores) em capelas de algum modo separadas da nave da igreja” (IGMR 297).
Suponho que a sua Igreja Matriz seja antiga. Como a estrutura do edifício o permitia, dentro dele construiu uma capela e um altar secundário ou menor, para missas ocasionais. Quais as dimensões ideais deste altar? Qual o material mais apropriado? Que forma deve ter esse altar?
Começo pela forma. Qualquer altar cristão é ara (lugar de sacrifício) e mesa (lugar de refeição). Parece-me, no entanto, que o carácter de mesa tem grande importância e deve ser muito salientado, porque “quando chegou a hora, Jesus pôs--se à mesa e os Apóstolos com Ele” (Lc 22, 14). A primeira coisa a procurar fazer-se é que o altar apareça claramente como a mesa da família cristã, à volta da qual esta celebra a Ceia do Senhor. Qualquer altar é hoje, para nós, símbolo daquela mesa santíssima em que Jesus celebrou a última Ceia na companhia dos Apóstolos. Quanto desejaríamos nós possuir essa mesa ou ao menos o seu desenho exacto!? Sendo isso impossível, os nossos altares devem tentar reproduzir essa mesa na forma, mais do que nas dimensões, porque estas têm de ser adaptadas aos espaços.
O altar secundário de que estamos a falar é o da capela da sua Igreja Matriz. Qual o material mais apropriado para ele? As normas litúrgicas dizem que o altar fixo deve ser de pedra ou de quaisquer outros materiais, contanto que sejam dignos e sólidos (cf. IGMR 301). O facto de ser de pedra manifesta que o altar é símbolo de Cristo, pedra angular. São Paulo identifica Cristo com o rochedo do qual Moisés fez jorrar água viva (cf. 1 Cor 10, 4), e o próprio Jesus Se apresentou como a pedra desprezada pelos construtores, mas convertida por Deus em pedra angular de todo o edifício (cf. Mt 21, 42). Há muitas espécies de pedra (granito, mármore, calcário, basalto, xisto...), tal como existem muitos outros materiais dignos e sólidos (ferro, cimento, madeira, vidro...). O material ideal para o seu altar tem a ver com aquele que for predominante no conjunto do edifício ou, pelo menos, na capela agora construída. Embora esta não seja uma regra absoluta, creio que não ficaria bem, numa igreja toda de granito, construir um altar de mármore, embora mesmo isso possa admitir-se. Há, pois, muita liberdade de escolha. O que não deve faltar é o bom gosto.
Deixei para o fim a questão das medidas. Para que o altar apareça sobretudo como mesa, convém que não seja um rectângulo exageradamente comprido, pois não são assim as mesas das nossas refeições. A forma rectangular, de grandes dimensões, nasceu na época em que o altar se converteu em expositor de relíquias e imagens. Os nossos altares são a mesa da Ceia pascal do Senhor, destinadas a colocar sobre elas o pão e o vinho que vão ser convertidos no Corpo e Sangue de Cristo, e não lugares de exposição de flores, velas ou outras coisas. Além disso, deve haver diferença entre as medidas do altar principal (também chamado altar-mor) e dos altares menores. É esse até o sentido das palavras mor (ou maior) e menor. O altar principal deve ser maior que os altares secundários ou menores. Mas que medidas deve ter cada um deles? Não é fácil dizê-lo assim, em geral. Há que conjugar os elementos que, resumidamente, acabam de ser recordados e ter o sentido das proporções (com o espaço) e da finalidade (o altar destina-se, antes de mais, a colocar sobre ele o pão, o vinho, o missal... e pouco mais).


Um colaborador do SNL
(BPL 135-136)