Santos

Santa Teresa Benedita da Cruz, virgem e mártir

 

Nota Histórica

Padroeira da Europa
[Festa na Europa]

Edite Stein, filha de pais judaicos, nasceu em Breslau, no dia 12 de outubro de 1891. Dedicou-se aos estudos filosóficos e empenhou-se na procura da verdade, até que encontrou a fé em Cristo. Foi batizada no dia 1 de janeiro de 1922 e, desde então, serviu a Deus como professora e escritora. Em 1933 entrou no Carmelo de Colónia, na Alemanha, e tomou o nome de Teresa Benedita da Cruz. Dedicou a sua vida ao serviço do povo judaico e do povo alemão. Por causa da perseguição aos judeus, transferiu-se para o Carmelo de Echt, na Holanda. No dia 2 de agosto de 1942 foi presa pelas autoridades que exerciam poder aterrador na Alemanha e enviada para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, próximo de Cracóvia, na Polónia. Aí foi morta numa câmara de gás, no dia 9 de agosto de 1942.

 

Missa

Antífona de entrada Cf. Gl 6, 14
Toda a minha glória está na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.

Na Europa diz-se o Glória.

Oração coleta
Senhor, Deus dos nossos pais,
que conduzistes a mártir Teresa Benedita
ao conhecimento do vosso Filho crucificado
e à sua imitação até à morte,
concedei que, pela sua intercessão,
todos os homens conheçam o Salvador, Jesus Cristo,
e, por Ele, cheguem à perpétua visão do vosso rosto.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Os 2, 16b.17b.21-22
«Desposar-te-ei para sempre»

Leitura da Profecia de Oseias
Eis o que diz o Senhor:
«Hei-de conduzir Israel ao deserto
e falar-lhe ao coração.
Ali corresponderá como nos dias da sua juventude,
quando saiu da terra do Egito.
Naquele dia, diz o Senhor,
farei de ti minha esposa para sempre,
desposar-te-ei segundo a justiça e o direito,
com amor e misericórdia.
Desposar-te-ei com fidelidade
e tu conhecerás o Senhor».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 44 (45), 11-12.14-15.16-17 (R. cf. 11a)
Refrão: Escuta e inclina-te diante do Senhor.

Ouve, filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.
Da tua beleza se enamora o Rei,
Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.

A filha do Rei avança cheia de esplendor,
de brocados de ouro são os seus vestidos.
Com um manto multicolor é apresentada ao Rei,
seguem-na as donzelas, suas companheiras.

Cheias de alegria e entusiasmo,
entram no palácio do Rei.
Teus filhos substituirão os teus pais,
estabelecê-los-ás príncipes sobre toda a terra.


ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vem, esposa de Cristo, recebe a coroa de glória,
que o Senhor te preparou para sempre. Refrão


EVANGELHO Mt 25, 1-13
«Aí vem o Esposo: ide ao seu encontro»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens,
que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo.
Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes.
As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo,
enquanto as prudentes,
com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias.
Como o esposo se demorava,
começaram todas a dormitar e adormeceram.
No meio da noite ouviu-se um brado:
‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’.
Então, as virgens levantaram-se todas
e começaram a preparar as lâmpadas.
As insensatas disseram às prudentes:
‘Dai-nos do vosso azeite,
que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’.
Mas as prudentes responderam:
‘Talvez não chegue para nós e para vós.
Ide antes comprá-lo aos vendedores’.
Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo:
as que estavam preparadas
entraram com ele para o banquete nupcial;
e a porta fechou-se.
Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram:
‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’.
Mas ele respondeu:
‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’.
Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Palavra da salvação.


Oração sobre as oblatas
Aceitai, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar,
na festa da mártir santa Teresa Benedita,
e, assim como levastes à perfeição os sacrifícios da antiga aliança,
tornai presente o único sacrifício
que o vosso Filho Vos ofereceu com o seu sangue.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

Prefácio I ou II dos mártires.

Antífona da comunhão Cf. Sl 22, 4
Ainda que tenha de passar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo.

Oração depois da comunhão
Concedei, Pai misericordioso,
que, celebrando a festa de santa Teresa Benedita,
recebamos, em nossos corações,
os frutos celestes da árvore da cruz,
de modo que, seguindo fielmente a Cristo na terra,
mereçamos comer da árvore da vida no reino celeste.
Por Cristo nosso Senhor.

Pode utilizar-se a fórmula de bênção solene.

 

Liturgia das Horas

Do livro «A ciência da cruz»
de Santa Teresa Benedita da Cruz

(Edith Steins Werke, ed. L. Gelber - R. Leuven, T. I, Freiburg 1983, pp. 15-16)

Para os que crêem no Crucificado
abre-se a porta da vida


Cristo tomou sobre Si o jugo da Lei, cumprindo plenamente a Lei e morrendo pela Lei e através da Lei. Assim libertou da Lei aqueles que querem receber d’Ele a vida. Mas eles sabem que só poderão recebê-la se ofereceram a sua própria vida. Porque os que foram baptizados em Cristo foram baptizados na sua morte. Submergiram-se na vida de Cristo, para se tornarem membros do seu Corpo, destinados a sofrer e morrer com Ele, mas também a ressuscitar com Ele para a vida eterna, a vida divina.
Para nós, evidentemente, esta vida atingirá a sua plenitude no Dia do Senhor. Contudo, já desde agora – «na carne» – participamos da sua vida quando acreditamos: acreditamos que Cristo morreu por nós para nos dar a sua vida. É esta fé que nos permite ser uma só realidade com Ele, como os membros com a cabeça, e nos abre a torrente da sua vida. Assim, esta fé no Crucificado – a fé viva, que está associada ao vínculo do amor – constitui para nós a entrada na vida e o princípio da futura glorificação. Por isso a cruz é o nosso único título de glória: Longe de mim gloriar-me, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Quem decidiu aderir a Cristo morreu para o mundo e o mundo para ele. Leva no seu corpo os estigmas do Senhor. É débil e desprezado perante os homens; mas por isso mesmo é forte, porque na fraqueza se manifesta o poder de Deus.
Tendo consciência disto, o discípulo de Jesus aceita não somente a cruz que lhe é imposta, mas crucifica-se a si mesmo: Os que são de Cristo crucificaram a sua carne com as suas paixões e concupiscências. Suportaram um combate implacável contra a sua natureza, a fim de que morra neles a vida do pecado e dê lugar à vida do espírito. Porque é esta que importa.
Contudo a cruz não é um fim em si mesma: ela eleva nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo; ela é a arma poderosa de Cristo; é o cajado de pastor com que o divino David sai ao encontro do David infernal e com o qual bate fortemente à porta do Céu e a abre. Então brotam as torrentes da luz divina que envolvem todos aqueles que seguem o Crucificado.