Santos
Santa Rosa de Lima, virgem
Nota Histórica
Isabel – chamada Rosa, pela beleza do seu rosto –, é a primeira santa do continente americano. Nasceu em Lima, no Peru, no ano 1586. No tempo que viveu em sua casa dedicou-se, de modo invulgar, à prática das virtudes cristãs, mas, quando tomou o hábito das Irmãs da Ordem Terceira de são Domingos, fez os maiores progressos no caminho da penitência e da contemplação mística. Morreu no dia 24 de agosto de 1617.
Missa
Comum das virgens: para uma virgem.
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que inflamastes em santa Rosa [de Lima] um tão grande amor
que a levou a deixar o mundo,
para se consagrar inteiramente a Vós em austera penitência,
concedei-nos, por sua intercessão,
que sigamos, na terra, os caminhos da verdadeira vida,
para saborearmos no céu as alegrias eternas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Dos Escritos de Santa Rosa de Lima, virgem
(Al médico Castillo: ed. L. Getíno, La patrona de América,
Madrid 1928, pp. 54-55) (Sec. XVII)
Conheçamos o amor de Cristo
que ultrapassa todo o conhecimento
O Salvador fez ouvir a sua voz e disse com incomparável majestade: «Saibam todos que depois da tribulação se segue a graça; reconheçam que, sem o peso das aflições, não se pode chegar à plenitude da graça; compreendam que com o aumento dos trabalhos cresce simultaneamente a medida dos carismas. Não se deixem enganar: esta é a única escada verdadeira do Paraíso, e sem a cruz não há caminho por onde se possa subir ao Céu».
Ao ouvir estas palavras, senti dentro de mim um forte impulso para me ir colocar no meio da praça e gritar bem alto a todas as pessoas de qualquer idade, sexo, estado e condição: «Ouvi, ó povos; ouvi, ó gentes: da parte de Cristo e com as suas próprias palavras, eu vos digo: Não podemos alcançar a graça, se não padecermos aflições; são precisos trabalhos sobre trabalhos para alcançar a íntima participação da natureza divina, a glória dos filhos de Deus e a perfeita formosura da alma».
O mesmo estímulo me impelia fortemente a proclamar a beleza da graça divina; e causava me angústia, suores e ânsias. Parecia me que já não podia reter a alma no cárcere do corpo e que ela romperia os laços da sua prisão para ir por todo o mundo, livre e sozinha e com grande agilidade, dizendo:
«Oh se os mortais conhecessem o que é a graça divina, como é bela, nobre e preciosa, quantas riquezas encerra, quantos tesouros, quantas alegrias e delícias em si contém! Usariam sem dúvida toda a diligência, trabalhos e cuidados em procurar penas e aflições; andariam todos pelo mundo em busca de moléstias, enfermidades e tormentos, em vez de fortunas, para conseguir o inestimável tesouro da graça. Esta é a recompensa e o mais alto lucro da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que porventura lhe advêm, se conhecesse a balança em que são pesados para serem distribuídos pelos homens».