Santos

Santa Beatriz da Silva, virgem

 

Nota Histórica

[Memória em Portugal]

Beatriz da Silva nasceu em Campo Maior, vila de Portugal, por volta de 1426. Passou à corte de Castela, em 1447, como dama de honor da sua parenta, a infanta Isabel de Portugal. Para se dedicar a uma vida cristã mais perfeita, retirou‑se da corte para o convento da Ordem de são Domingos, em Toledo, onde permaneceu mais de 30 anos. Em 1484 fundou o Instituto que, mais tarde, tomou o título da Imaculada Conceição da Virgem Maria, ou concepcionistas. Pouco depois de fazer a profissão religiosa, faleceu com fama de santidade, no ano de 1492.

 

Missa

Antífona de entrada Cf. Ap 19, 7
Exultemos de alegria no Senhor,
que chamou ao seu amor divino esta virgem santa e gloriosa.

Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que fizestes resplandecer na virgem santa Beatriz [da Silva]
o altíssimo dom da contemplação
e a adornastes com a singular devoção
à Imaculada Conceição da Virgem Maria,
concedei-nos que, seguindo o seu exemplo,
busquemos na terra a verdadeira sabedoria,
para merecermos contemplar no céu a glória do vosso rosto.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURAS Da féria (ou do Comum das Virgens ou dos Santos Religiosos)


Oração sobre as oblatas
Recebei, Senhor,
estes dons que humildemente Vos apresentamos,
e concedei, por intercessão de santa Beatriz [da Silva],
que, oferecendo-nos a Vós de todo o coração,
também nós, neste sacrifício, nos transformemos
numa oblação viva, santa e agradável a vossos olhos.
Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Cf. Ap 3, 20
Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor.
Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta,
entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.

Oração depois da comunhão
Alimentados pela participação neste divino sacramento,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
que, por intercessão de santa Beatriz [da Silva],
sintamos, neste mundo, a suavidade da vossa sabedoria
e nos saciemos com as delícias eternas na pátria celeste.
Por Cristo nosso Senhor.

 

Liturgia das Horas

Do livro da Irmã concepcionista Maria de los Ángeles Sorázu,
sobre a Vida Espiritual

(Ed. 2.ª, Madrid 1956, pp. 39-40.72 ss) (Sec. XX)

Todos os bens me vieram juntamente com ela

Deus favorece algumas almas, inspirando lhes uma devoção singular, fervorosa e profunda à Santíssima Virgem. Movidas pela graça, estas almas consagram se inteiramente a Nossa Senhora e identificam se com ela mediante a prática da vida espiritual mariana, que consiste em inspirar se na Santíssima Virgem para todas as coisas e fazer tudo em união com Ela.
As almas que praticam esta vida espiritual mariana encontram na Virgem Maria poderoso auxílio e infalível conforto em todas as tribulações.
É admirável o modo de proceder da Senhora para com as almas que Lhe pertencem (por sua devoção e consagração perfeita) e a solicitude que mostra para com elas. Com que amor e ternura as visita, lhes assiste na tribulação, as protege e defende de seus inimigos, as socorre nas necessidades, as enamora de Deus, as adorna e prepara para a sua união com Deus e lhes obtém esta graça! Estas almas podem repetir com toda a verdade as palavras do livro da Sabedoria: Todos os bens me vieram juntamente com ela e pelas suas mãos recebi inumeráveis riquezas. Quem tem a seu favor a Santíssima Virgem (e têm na todos os que a amam deveras) possui um tesouro infinito, porque possui o próprio Deus. E não há quem proporcione consolações tão inefáveis como as que a Senhora concede aos seus devotos no tempo da tribulação.
Por isso as almas de vida interior, chamadas a viver na intimidade de Deus, como preparação para as provas que as esperam nas noites e cavernas, nos desertos e túneis por que hão de passar ao longo deste caminho, devem procurar identificar se com a Santíssima Virgem e merecer o seu amparo e protecção. Se assim fizerem, sofrem menos e aproveitam sempre mais, especialmente nos períodos de sofrimento em que mais precisam do seu patrocínio. Sofrem menos, porque as almas que praticam a vida espiritual mariana, quando se vêem abandonadas por Deus, acusadas pela própria consciência, atormentadas pelo demónio e desesperadas da sua salvação, além da protecção que experimentam no seu recurso frequente à Santíssima Virgem, sentem por ela o afecto de complacência que as torna participantes da sua felicidade e gozam da torrente das suas delícias. Aproveitam mais, porque, iluminadas pelo esplendor desta Estrela da Manhã que nunca se esconde a seus servos, têm consciência da purificação dolorosa que nelas opera a graça e, confortadas e ensinadas pela Senhora, sofrem na com perfeita resignação; longe de se lhe oporem ou subtraírem, procuram antes cooperar com ela na medida em que lhes é possível.