Santos
São Vicente de Paulo, presbítero
Nota Histórica
Memória
Vicente de Paulo nasceu na Aquitânia, França, em 1581. Completados os estudos e ordenado presbítero, exerceu o ministério paroquial em Paris, na França. Dedicou-se à evangelização das populações rurais, foi capelão das galeras e apóstolo da caridade no meio dos pobres, dos doentes e dos sofredores. A sua voz fez-se intérprete dos direitos dos humildes diante dos poderosos. Fundou a Congregação da Missão, destinada à formação do clero e ao serviço dos pobres. Com a ajuda de Santa Luísa de Marillac fundou também a Congregação das Filhas da Caridade. Morreu em Paris, no ano 1660.
Missa
Antífona de entrada Cf. Lc 4, 18 (Cf. Is 61, 1)
O Espírito do Senhor está sobre mim.
Ele me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres,
a sarar os corações atribulados.
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que enriquecestes o presbítero são Vicente de Paulo
com virtudes apostólicas para se entregar ao serviço dos pobres
e à formação dos pastores do vosso povo,
concedei-nos que, animados pelo mesmo espírito,
amemos o que ele amou e pratiquemos o que ele ensinou.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I 1 Cor 1, 26-31
«Deus escolheu o que é fraco aos olhos do mundo»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Vede quem sois vós, os que Deus chamou: não há muitos sábios, naturalmente falando, nem muitos influentes, nem muitos bem-nascidos. Mas Deus escolheu o que é louco aos olhos do mundo para confundir os sábios; escolheu o que é fraco para confundir o forte; escolheu o que é vil e desprezível, o que nada vale aos olhos do mundo, para reduzir a nada aquilo que vale, a fim de que nenhuma criatura se possa gloriar diante de Deus. É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual Se tornou para nós sabedoria de Deus, justiça, santidade e redenção. Deste modo, conforme está escrito, «quem se gloria deve gloriar-se no Senhor».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 111 (112), 1-2.3-4.5-6.7-8.9 (R.cf. la)
Refrão: Feliz o homem que espera no Senhor.
Ou: Aleluia.
Feliz o homem que teme ao Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos.
Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha diante dos rectos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.
Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado:
o justo deixará memória eterna.
Ele não receia más notícias,
seu coração está firme, confiado no Senhor.
O seu coração é inabalável, nada teme,
e verá os adversários confundidos.
Reparte com largueza pelos pobres,
a sua generosidade permanece para sempre
e pode levantar a cabeça com dignidade.
EVANGELHO Da féria (ou do Comum)
Oração sobre as oblatas
Senhor nosso Deus,
que concedestes a são Vicente de Paulo
a graça de conformar a sua vida
com os divinos mistérios que celebrava,
fazei que também nós, por este sacrifício,
nos tornemos oblação agradável a vossos olhos.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão Cf. Sl 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.
Oração depois da comunhão
Alimentados com estes sacramentos celestes,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
que, assim como os exemplos de são Vicente de Paulo
nos movem a imitar o vosso Filho,
anunciando o Evangelho aos pobres,
assim nos ajude a sua proteção.
Por Cristo nosso Senhor.
Liturgia das Horas
Dos Escritos de São Vicente de Paulo, presbítero
(Carta 2546: Correspondance, entretiens, documents,
Paris 1922-1925, 7) (Sec. XVII)
O serviço dos pobres deve ser preferido acima de tudo
A nossa atitude para com os pobres não se deve regular pela sua aparência externa nem sequer pelas suas qualidades interiores. Devemos considerá los, antes de mais, à luz da fé. O Filho de Deus quis ser pobre e ser representado pelos pobres. Na sua paixão, quase perdeu o aspecto de homem; apareceu como um louco para os gentios e um escândalo para os judeus. Todavia, apresentou Se a estes como evangelizador dos pobres: Enviou Me para evangelizar os pobres. Também nós devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar o que Ele fez: cuidar dos pobres, consolá los, socorrê los e recomendá los.
Cristo quis nascer pobre, chamar para sua companhia discípulos pobres, servir os pobres e identificar se com os pobres, a ponto de dizer que o bem ou o mal feito a eles o tomaria como feito a Si mesmo. Deus ama os pobres, e por conseguinte ama também aqueles que os amam. Na verdade, quando alguém tem especial afecto a uma pessoa, estende também este afecto aos seus amigos e servos. Por isso temos razão para esperar que, por causa do nosso amor dos pobres, também nós seremos amados por Deus.
Quando os visitamos, procuremos compreender a sua pobreza e infelicidade para sofrer com eles e ter os sentimentos de que fala o Apóstolo, quando diz: Fiz me tudo para todos. Esforcemo nos por sentir profundamente as preocupações e misérias dos nossos semelhantes; peçamos a Deus que nos dê o espírito de misericórdia e compaixão e que conserve sempre em nossos corações estes sentimentos.
O serviço dos pobres deve ser preferido a todos os outros e deve ser prestado sem demora. Se durante o tempo de oração, tiverdes de levar um medicamento ou qualquer auxílio a um pobre, ide tranquilamente, oferecendo a Deus essa boa obra como prolongamento da oração. E não tenhais nenhum escrúpulo ou remorso de consciência se, para prestar serviço aos pobres, tivestes de deixar a oração. De facto não se trata de deixar a Deus, se é por amor de Deus que deixamos a oração: servir um pobre é também servir a Deus.
A caridade é a máxima norma, e tudo deve tender para ela; é uma grande senhora: devemos cumprir o que ela manda. Renovemos, portanto, o nosso espírito de serviço aos pobres, principalmente para com os mais abandonados. Esses hão de ser os nossos senhores e protectores.