Santos
São Paulo da Cruz, presbítero
Nota Histórica
Paulo da Cruz nasceu em Ovada, na Ligúria, no ano 1694. Aspirando à vida de perfeição, renunciou a tudo e dedicou‑se ao serviço dos pobres e dos enfermos. Ordenado presbítero, trabalhou mais intensamente pela salvação das almas. Movido pelo singular amor a Cristo crucificado, associou a si vários colaboradores e fundou a Congregação dos Clérigos Regrantes da Cruz e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (passionistas). Morreu em Roma, no dia 18 de outubro de 1775.
Missa
Antífona de entrada Cf. 1Cor 2, 2
Diante de vós nada mais quis saber
senão Jesus Cristo crucificado.
Oração coleta
Concedei-nos, Senhor, a vossa graça,
por intercessão do presbítero são Paulo [da Cruz],
cujo único amor foi a cruz,
para que, estimulados pelo seu exemplo,
abracemos generosamente a nossa cruz.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I 1 Cor 1, 18-25
«Aprouve a Deus salvar os crentes
pela loucura da mensagem que pregamos»
Leitura da primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: A linguagem da cruz é loucura para aqueles que estão no caminho da perdição, mas é poder de Deus para aqueles que seguem o caminho da salvação, isto é, para nós. Na verdade, assim está escrito: «Hei-de arruinar a sabedoria dos sábios e frustrar a inteligência dos inteligentes». Onde está o sábio? Onde está o homem culto? Onde está o que discute sobre as coisas deste mundo? Porventura Deus não tornou louca a sabedoria do mundo? Uma vez que o mundo, por meio da sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da mensagem que pregamos. Os judeus pedem milagres e os gregos procuram a sabedoria. Quanto a nós, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus. A loucura de Deus é mais sábia do que o homem e a fraqueza de Deus é mais forte do que o homem.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
Refrão: Ide por todo o mundo
e anunciai o Evangelho.
Ou: Aleluia.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre
EVANGELHO Da féria (ou do Comum)
Oração sobre as oblatas
Olhai, Deus todo-poderoso,
para as ofertas que Vos apresentamos
na comemoração de são Paulo [da Cruz],
e fazei que, celebrando o memorial da paixão do Senhor,
imitemos o que realizamos.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão 1Cor 1, 23-24
Nós pregamos Cristo crucificado,
poder de Deus e sabedoria de Deus.
Oração depois da comunhão
Senhor nosso Deus, que, de modo admirável,
iluminastes o mistério da cruz em são Paulo [da Cruz],
concedei-nos que, fortalecidos por este sacrifício,
permaneçamos fiéis a Cristo
e trabalhemos na Igreja pela salvação de todos.
Por Cristo nosso Senhor.
Liturgia das Horas
Das Cartas de São Paulo da Cruz, presbítero
(Epist. 1, 43; 2, 440.825) (Sec. XVIII)
Pregamos a Cristo crucificado
Pensar e meditar na paixão de Cristo é caminho excelente e perfeito para chegar à união espiritual com Deus. Nesta santíssima escola aprende se a verdadeira sabedoria; aí a aprenderam todos os santos. Quando a cruz do nosso amável Jesus tiver lançado raízes profundas no vosso coração, então cantareis: «Padecer e não morrer», ou: «Padecer ou morrer», ou melhor: «Nem padecer nem morrer, mas somente entregar me totalmente à vontade de Deus».
O amor é força que une e faz seus os tormentos do Bem que se ama. Este fogo penetra até à medula e transforma o amante no amado. Além disso, juntando se de maneira misteriosa o amor à dor e a dor ao amor, resulta daí uma união tão íntima de amor e dor que já não é possível distinguir o amor da dor nem a dor do amor. Por isso, a alma que ama alegra se na sua dor e exulta no seu doloroso amor.
Sede pois constantes no exercício de todas as virtudes, imitando sobretudo Jesus manso e paciente, porque este é o grau supremo do amor puro. Comportai vos de maneira que todos vejam que trazeis, interior e exteriormente, a imagem de Cristo crucificado, exemplo de toda a doçura e mansidão. Quem está unido interiormente ao Filho de Deus vivo, também reflecte no exterior a sua imagem pela prática contínua e heróica da virtude, principalmente pela virtude da paciência, que não se queixa, nem secreta nem publicamente. Escondei vos portanto em Jesus crucificado, nada mais desejando que ser configurados, todos e em tudo, segundo a sua vontade.
Assim transformados em verdadeiros amantes do Crucificado, celebrai sempre no vosso templo interior a festa da Cruz, sofrendo em silêncio e sem confiar em criatura alguma. E como as festas devem ser celebradas em ambiente de alegria, aqueles que amam apaixonadamente o Crucificado celebram a solenidade da Cruz em silêncio e de rosto alegre e sereno, de modo que o sofrimento permaneça escondido aos homens e seja apenas conhecido do sumo Bem. Em tal festa há sempre banquetes solenes, em que o alimento é a vontade divina, segundo o exemplo que nos deixou o nosso Amor crucificado.