Santos

Dedicação das basílicas dos santos Pedro e Paulo, apóstolos

 

Nota Histórica

A basílica de são Pedro foi edificada pelo imperador Constantino sobre o sepulcro de são Pedro, na colina do Vaticano, e dedicada pelo papa Silvestre. Deteriorada com o passar do tempo, foi restaurada com maior amplitude e de novo consagrada neste dia, no ano 1626. A basílica de são Paulo foi edificada pelos imperadores Teodósio e Valentiniano, junto à Via Ostiense, e dedicada pelo papa Sirício. Consumida por um funesto incêndio e totalmente restaurada, foi dedicada no dia 10 de dezembro de 1854. Nesta comum comemoração é simbolicamente evocada a fraternidade dos apóstolos e a unidade da Igreja.

 

Missa

Antífona de entrada Cf. Sl 44, 17-18
Vós os fareis príncipes sobre toda a terra,
celebrarão o vosso nome por todas as gerações
e os povos hão de louvar-Vos para sempre.

Oração coleta
Guardai, Senhor, a vossa Igreja,
sob a proteção dos apóstolos,
de modo que, tendo recebido deles o primeiro anúncio do Evangelho,
receba também, por sua intercessão,
o aumento da graça celeste até ao fim dos tempos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Atos 28, 11-16.30-31
«Seguimos para Roma»

Leitura dos Atos dos Apóstolos
Três meses depois da nossa chegada a Malta,
embarcámos num navio de Alexandria,
que tinha o emblema dos Dióscuros
e passara o inverno na ilha.
Desembarcámos em Siracusa, onde permanecemos três dias,
e de lá, contornando a costa, chegámos a Régio.
No dia seguinte soprou o vento sul,
e em dois dias chegámos a Pozzuoli.
Os irmãos que aí encontrámos
convidaram-nos a passar uma semana com eles;
depois seguimos para Roma.
Os irmãos de Roma, informados da nossa chegada,
vieram de lá ao nosso encontro,
até ao Foro Ápio e Três Tabernas.
Quando os viu, Paulo deu graças a Deus e sentiu-se reanimado.
Quando chegámos a Roma,
Paulo foi autorizado a ficar em domicílio pessoal,
com um soldado que o guardava.
Ficou dois anos inteiros no alojamento que tinha alugado,
onde recebia todos aqueles que o procuravam.
Anunciava o reino de Deus
e ensinava o que se refere ao Senhor Jesus Cristo,
com firmeza e sem nenhum impedimento.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. cf. 2b)
Refrão: O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.


ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Nós Vos louvamos, ó Deus;
nós Vos bendizemos, Senhor.
O coro glorioso dos Apóstolos
canta os vossos louvores. Refrão


EVANGELHO Mt 14, 22-33
«Manda-me ir ter contigo sobre as águas»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de ter saciado a fome à multidão,
Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco
e a esperá-l’O na outra margem,
enquanto Ele despedia a multidão.
Logo que a despediu,
subiu a um monte, para orar a sós.
Ao cair da tarde, estava ali sozinho.
O barco ia já no meio do mar,
açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
Na quarta vigília da noite,
Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar,
assustaram-se, pensando que fosse um fantasma.
E gritaram cheios de medo.
Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo:
«Tende confiança. Sou Eu. Não temais».
Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor,
manda-me ir ter contigo sobre as águas».
«Vem!» – disse Jesus.
Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas,
para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se,
gritou: «Salva-me, Senhor!»
Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o.
Depois disse-lhe:
«Homem de pouca fé, porque duvidaste?».
Logo que subiram para o barco, o vento amainou.
Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus
e disseram-Lhe:
«Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».
Palavra da salvação.


Oração sobre as oblatas
Ao apresentarmos, Senhor, a nossa humilde oferta,
imploramos a vossa clemência,
para que a verdade transmitida
pelo ministério dos apóstolos Pedro e Paulo
permaneça intacta em nossos corações.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio I ou II dos Apóstolos,.

Antífona da comunhão Cf. Jo 6, 68-69
Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna.
Nós acreditamos e sabemos que sois Cristo, o Filho de Deus.

Oração depois da comunhão
Exulte, Senhor, o vosso povo,
que alimentastes com o pão do céu,
na comemoração dos apóstolos Pedro e Paulo,
e receba sempre o auxílio da sua poderosa proteção.
Por Cristo nosso Senhor.

 

Liturgia das Horas

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

(Sermo 82, In natali apostolorum Petri et Pauli 1, 6-7:
PL 54, 426-428) (Sec. V)

Pedro e Paulo, germes da semente divina

É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus santos, e nenhuma espécie de crueldade pode destruir a religião que foi fundada pelo mistério da cruz de Cristo. A Igreja não diminui com as perseguições, mas aumenta; e o campo do Senhor reveste se sempre com uma seara mais abundante quando os grãos, caídos um a um, nascem multiplicados.
Por isso estes dois ilustres germes da semente divina deram origem a uma inumerável descendência, como testemunham os milhares de mártires bem aventurados, que, rivalizando com o triunfo dos Apóstolos, rodearam a nossa cidade de multidões purpuradas e resplandecentes ao longe e ao largo, como se a coroassem com um diadema entrelaçado de muitas e belas pedras preciosas.
Devemos certamente alegrar nos, irmãos caríssimos, na comemoração de todos os Santos, que são para nós um dom de Deus, protecção da nossa fraqueza, exemplo de paciência e confirmação da nossa fé. Mas ao celebrarmos a memória dos apóstolos São Pedro e São Paulo, com razão nos devemos gloriar mais jubilosamente, pois a graça de Deus os elevou tão alto entre todos os membros da Igreja que os constituiu como a luz dos dois olhos no corpo de que Cristo é a cabeça.
Nos seus méritos e virtudes, que superam toda a eloquência humana, nada devemos considerar diferente ou distinto num e noutro, porquanto a eleição os tornou semelhantes, o trabalho parecidos e o fim da vida iguais.
Tal como nós já experimentámos e os nossos maiores demonstraram, cremos e confiamos que no meio de todas as dificuldades desta vida seremos sempre ajudados pela oração dos nossos principais protectores para obter a misericórdia de Deus. Deste modo, se os nossos pecados nos abatem, elevam nos os méritos dos Apóstolos.