Santos

Santo Apolinário, bispo e mártir

 

Nota Histórica

Apolinário, segundo a tradição, propagou entre os pagãos as inesgotáveis riquezas de Cristo, como bispo da Igreja de Classe, em Ravena, na Flamínia, atualmente na Emília-Romanha, região da Itália. Sofreu o martírio no dia 23 de julho, nos finais do século II.

 

Missa

Comum dos mártires: para um mártir;
ou Comum dos pastores da Igreja: para um bispo.

Oração coleta
Dirigi, Senhor, os vossos fiéis no caminho da salvação eterna,
que o bispo santo Apolinário
manifestou com a sua doutrina e o seu martírio,
e concedei-nos, pela sua intercessão,
que, permanecendo firmes na observância dos vossos mandamentos,
alcancemos com ele a coroa de glória.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Ez 34, 11-16


SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-3.4.5.6


ALELUIA Jo 10, 14.15
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o bom pastor, diz o Senhor;
e dou a vida pelas minhas ovelhas. Refrão


EVANGELHO Jo 10, 11-18
«Eu sou o bom pastor: conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus:
«Eu sou o bom pastor.
O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
O mercenário, como não é pastor nem são suas as ovelhas,
logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge,
enquanto o lobo as arrebata e dispersa.
O mercenário não se preocupa com as ovelhas.
Eu sou o bom pastor:
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me,
do mesmo modo que o Pai Me conhece
e Eu conheço o Pai;
Eu dou a vida pelas minhas ovelhas.
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil
e preciso de as reunir;
elas ouvirão a minha voz
e haverá um só rebanho e um só pastor.
Por isso o Pai Me ama:
porque dou a minha vida, para poder retomá-la.
Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente.
Tenho o poder de a dar e de a retomar:
foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Palavra da salvação.

 

Liturgia das Horas

Segunda leitura
Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo
(Sermo 128, 1-3: CCL 24A, 789-791) (Sec. IV)
O mártir reina e vive

O bem-aventurado Apolinário fez resplandecer a Igreja com a honra do povo e a glória do martírio. Justificou o seu nome de Apolinário, porque, seguindo o mandamento de Deus, aqui perdeu a sua vida para a ganhar na vida eterna. Bem‑aventurado o que terminou a sua carreira e guardou a fé, de tal modo que se tornou o primeiro [bispo] dos que naquela Igreja nele confiavam.
Ninguém pense que por lhe ser atribuído o título de confessor, que seja inferior ao mártir, porque, segundo o mandato de Deus, se dispõe ao combate que trava cada dia e de múltiplas formas. Escuta o que diz Paulo: Todos os dias me exponho à morte. Morrer uma só vez parece pouco àquele que muitas vezes pode oferecer ao seu rei uma gloriosa vitória sobre os inimigos. O que faz o mártir não é tanto a morte como a fé e o serviço divino; e assim como é sinal de valor sucumbir na batalha por amor ao rei, também é sinal de virtude perfeita lutar constantemente e consumar o combate. Foi mártir, não porque sofreu a morte; foi mártir, porque na morte que sofreu não vacilou na fé; o astuto inimigo lançou todos os dardos que pôde e recorreu a toda a espécie de armas, mas não pôde mover a atitude daquele fortíssimo chefe nem abater a sua constância. É muito importante, irmãos, se for necessário, perder a vida presente pelo Senhor; mas também é glorioso desprezar o mundo e vencer o seu príncipe.
Cristo corria ao encontro do seu mártir; o mártir corria ao encontro do seu Rei. Dissemos bem: «corria», como dizia o profeta: Levantai-Vos, vinde ao meu encontro e vede. Mas para conservar aquele que a defendia, a santa Igreja correu apressadamente ao encontro de Cristo, para que fosse dada ao vencedor a coroa da justiça e assegurada para ela a presença do seu combatente no tempo de guerra.
O confessor darramava frequentemente o seu sangue e dava testemunho do seu Criador com as suas feridas e com a fé do seu coração. Levantando os olhos para o Céu, desprezava a carne e a terra. Mas a ainda tenra infância da Igreja venceu, resistiu e conseguiu que o desejo do mártir fosse retardado. Falo da infância, que consegue sempre tudo, que combate mais com as lágrimas do que com as forças. Efetivamente, o rosto e o suor dos fortes não podem tanto como as lágrimas das crianças, pois aqueles quebrantam os corpos, mas estas quebrantam os corações; ali, com dificuldade se movem os juízos da mente, mas aqui desce condescendente toda a piedade.
Que mais se há de dizer? A santa mãe Igreja procurou insistentemente não ser separada do seu bispo. E este vive como o bom pastor no meio do seu rebanho; e nunca se separou em espírito aquele que nos precedeu corporalmente. Disse que nos precedeu na sua aparência externa; contudo, a presença do seu corpo descansa entre nós. O diabo desapareceu, o perseguidor sucumbiu; mas reina e vive aquele que desejou morrer pelo seu Rei.

Responsório 2 Tim 4, 7-8; Flp 1, 21
R. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. * Agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há de dar naquele dia.
V. Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro. * Agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há de dar naquele dia.

Oração
Dirigi, Senhor, os vossos fiéis no caminho da salvação eterna,
que o bispo santo Apolinário
manifestou com a sua doutrina e o seu martírio,
e concedei-nos, pela sua intercessão,
que, permanecendo firmes na observância dos vossos mandamentos,
alcancemos com ele a coroa de glória.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.