Santos

Santa Rita de Cássia, religiosa

 

Nota Histórica

Rita de Cássia resplandeceu na Úmbria, região da Itália central, no século XV. Casada com um homem violento, suportou pacientemente o seu caráter violento e conseguiu reconciliá-lo com Deus. Depois do assassínio do marido e da morte dos filhos, ingressou como religiosa num mosteiro da Ordem de Santo Agostinho em Cássia, na Úmbria. Dando a todos um sublime exemplo de paciência e de compunção, aí morreu em 22 de maio do ano 1457.

 

Missa

Comum dos santos: para as religiosas.

Oração coleta
Dai-nos, Senhor, a sabedoria da cruz e a fortaleza
com que enriquecestes santa Rita [de Cássia],
de modo que, sofrendo com Cristo nas tribulações,
participemos mais intimamente no seu mistério pascal.
Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia das Horas

Do Comentário de Santo Agostinho, bispo,
sobre o Evangelho de São João

(Tratactum 81, 4: CCL 36, 531-532) (Sec. V)


Permaneçam em nós as palavras de Cristo
Se permanecerdes em Mim, diz o Senhor, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. Quem permanece em Cristo, que pode querer senão o que agrada a Cristo? Quem permanecem no Salvador, que pode querer senão o que não é alheio à salvação? De facto, queremos umas coisas porque estamos em Cristo, mas queremos outras coisas porque ainda estamos neste mundo. Porque permanecemos neste mundo, somos por vezes impelidos a pedir o que nem sabemos se nos convém. Mas não suceda isto em nós, se permanecemos em Cristo, que, quando pedimos, não faz senão o que nos convém.
Portanto, permanecendo n’Ele, quando as suas palavras permanecem em nós, pediremos o que queremos e ser-nos-á concedido. Porque se pedimos e não nos é concedido, não pedimos o que permanece n’Ele nem o que está nas suas palavras que permanecem em nós, mas o que provém da cobiça e da enfermidade da carne, que não está n’Ele e na qual não permanecem as suas palavras. Está de acordo com as suas palavras a oração que Ele mesmo nos ensinou, quando dizemos: Pai nosso, que estais nos céus. Não nos afastemos das palavras e do sentido desta oração nas nossas petições, e ser-nos-á concedido o que pedimos.
Só podemos dizer que as suas palavras permanecem em nós, quando fazemos o que Ele nos mandou e amamos o que prometeu. Mas quando as suas palavras permanecem na memória e não se encontram no modo de viver, o ramo não está inserido na videira, porque não recebe a vida da raiz. A esta diferença se pode aplicar o que diz a Escritura: Guardam na memória os seus mandamentos, para os cumprir. Muitos guardam-nos na memória para os desprezar, ou até para os ridicularizar e atacar. As palavras de Cristo não permanecem naqueles que de algum modo tem contacto com elas, mas não aderem a elas. Por isso não serão para eles um benefício, mas um testemunho adverso. E porque estão neles sem permanecerem neles, só as têm para serem julgados por elas.