Santos
S. Josefina Bakhita
Nota Histórica
Nasceu na região de Darfur, no Sudão, perto da povoação Jebel Agilere cerca do ano 1868. Foi raptada ainda criança e, vendida várias vezes nos mercados de escravos, suportou os tormentos de uma cruel escravidão. Finalmente liberta, tornou-se cristã e religiosa em Veneza com as Filhas da Caridade Canossianas, e passou o resto da sua vida na cidade de Scio, no território de Vicenza, trabalhando humildemente em todos os serviços; e aí morreu no ano 1947.
Missa
Comum das Virgens (Uma Virgem)
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade,
que libertastes da escravidão Santa Josefina
e a elevastes à dignidade de vossa filha e esposa de Cristo,
fazei que, imitando o seu exemplo,
sigamos com amor constante a Jesus Cristo crucificado
e perseveremos na caridade, praticando a misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Segunda Leitura
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 53, 1-6: Revue Bénédictine 104, 1994, 21-24) (Sec. V)
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus
Não recusa o combate quem ama o prémio; a esperança da recompensa estimula o ânimo para actuar destemidamente. O que queremos, o que desejamos, o que buscamos, virá a seu tempo; mas faça-se agora o que se nos ordena, tendo em vista o que virá depois.
Para começar, recorda as palavras divinas e os próprios mandamentos ou dons evangélicos. Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. O reino dos Céus será teu depois; sê pobre em espírito agora. Queres que depois seja teu o reino dos Céus? Vê de quem és agora: sê pobre em espírito. Talvez me perguntes em que consiste ser pobre em espírito. Não é pobre em espírito o orgulhoso; portanto, é pobre em espírito o humilde. O reino dos Céus está no alto; mas quem se humilha será exaltado.
Escuta o que se segue: Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra em herança. Queres possuir já a terra? Procura não ser possuído pela terra. Possuirás a terra se és manso; serás possuído pela terra se não és manso. Quando ouves falar do prémio proposto – possuir a terra – não alargues a bolsa da avareza na qual pretendes possuir agora a terra, excluindo liminarmente qualquer teu vizinho. Não te deixes iludir por este modo de pensar. Possuirás verdadeiramente a terra, quando estiveres unido Àquele que fez o céu e a terra. Eis o que significa ser manso: não resistir ao teu Deus. Assim, quando fizeres o bem, agrada-te d’Ele e não de ti mesmo; mas quando sofreres justamente os males, não te desagrades d’Ele mas de ti mesmo. Não é pouco importante que, desagradando a ti, agrades a Ele, porque desagradarás a Ele, agradando-te a ti.
Ouçamos ainda a obra e o dom: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Queres ser saciado? De quê? Se o teu corpo quer ser saciado, mesmo depois de atingir essa saciedade voltarás a sentir fome. E quem bebe dessa água, diz Jesus, voltará a ter sede. Quando se aplica o medicamento à ferida, se a cura, já não dói. Mas o que se aplica contra a fome, isto é, o alimento, quando se aplica, os seus efeitos duram pouco. Passada a saciedade, volta a fome. Todos os dias recorremos ao remédio da saciedade, mas não é curada a ferida da debilidade. Portanto, tenhamos fome e sede de justiça, para que sejamos saciados pela justiça da qual agora temos fome e sede. Seremos saciados com aquilo de que estamos famintos e sedentos. Tenha fome e sede o nosso interior, que tem o seu próprio alimento e a sua própria bebida. Diz Jesus: Eu sou o pão descido do Céu. Já tens o pão do faminto; deseja também a bebida do sedento, porque em Vós está a fonte da vida.
Escuta o que se segue: Bem-aventurados os puros de coração, isto é, os que têm o coração puro, porque verão a Deus. Este é o fim para que tende o nosso amor, o fim em que somos consumados na perfeição, não o fim em que somos consumidos na destruição. O alimento tem um fim, a veste tem um fim: o pão, porque se consome ao comê-lo, a veste, porque se aperfeiçoa ao tecê-la. Um e outro têm um fim; mas um fim refere-se à destruição, o outro à perfeição. O que fazemos, mesmo quando fazemos o bem, o que anelamos, mesmo quando o anelamos de forma louvável, o que desejamos de forma irrepreensível, deixaremos de o buscar quando chega a visão de Deus. Que busca o que está junto de Deus? Que bastará a quem não lhe basta Deus? Queremos ver a Deus, procuramos ver a Deus, ansiamos ardentemente ver a Deus. Quem não quer, procura e anseia esta visão? Mas vê o que foi dito: Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Prepara-te para O veres. Servindo-me de um exemplo corporal, porque desejas ver o nascer do sol, se tens os olhos enfermos? Se tens os olhos sãos, essa luz será para ti causa de alegria; se tens os olhos enfermos, essa luz será para ti um tormento. Não te será permitido ver com o coração não puro o que só se pode ver com o coração puro. Serás repelido, serás excluído, não verás.
Responsório Cf. Mt 11, 29-30; 11, 28
R. Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor, e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração. * O meu jugo é leve e a minha carga é leve.
V. Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. * O meu jugo é leve e a minha carga é leve.
Oração
Deus de infinita bondade, que libertastes da escravidão Santa Josefina e a elevastes à dignidade de vossa filha e esposa de Cristo, fazei que, imitando o seu exemplo, sigamos com amor constante Jesus Cristo crucificado, e perseveremos na caridade, praticando a misericórdia. Por Nosso Senhor.