Santos
São Pio V, papa
Nota Histórica
Pio V nasceu perto de Alessândria, na Itália, no ano 1504. Entrou na Ordem dos Pregadores e ensinou Teologia. Consagrado bispo e elevado a cardeal, foi eleito papa em 1566. Continuou decididamente a reforma da Igreja, iniciada no Concílio de Trento, promoveu a propagação da fé e reformou o culto divino. Publicou os novos textos do Breviário e do Catecismo romano (1566) e do Missal (1570). Morreu em Roma, no dia 1 de maio de 1572.
Missa
Comum dos pastores da Igreja: para um papa.
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que suscitastes na vossa Igreja o papa são Pio,
para defender a fé e promover a dignidade do vosso culto,
concedei-nos, por sua intercessão,
a graça de participar nos santos mistérios,
com fé viva e caridade generosa.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Dos Tratados de Santo Agostinho, bispo,
sobre o Evangelho de São João
(Tr. 124,5: CCL 36, 684-685) (Sec. V)
A Igreja está fundada sobre a Pedra,
que foi objecto da profissão de fé de Pedro
Além doutras consolações, que Deus não cessa de prodigalizar ao pobre género humano, chegada a plenitude dos tempos, isto é, o momento de realizar o que Ele tinha determinado, enviou o seu Filho Unigénito, por meio do qual tinha criado todas as coisas, a fim de que, sem deixar de ser Deus, Se fizesse homem e Se tornasse o Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus.
Os que n’Ele acreditassem e pelo Baptismo se purificassem dos seus pecados ficariam livres da condenação eterna. Viveriam na fé, na esperança e na caridade, atravessando como peregrinos este mundo, cheio de graves e difíceis provações, e, ajudados pelas consolações divinas, materiais e espirituais, chegariam à presença de Deus seguindo a Cristo, que para eles Se fez caminho.
Mas porque nem sequer os que seguem este caminho estão isentos de pecados – consequência da fragilidade humana – deu-lhes o remédio salutar da esmola, para garantir a eficácia das suas orações, como Ele nos ensinou a dizer: Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Esta é a obra da Igreja, feliz na sua esperança, enquanto vive entre as misérias desta vida; é a obra da Igreja universal que o apóstolo Pedro representava figurativamente pela primazia do seu apostolado.
Consideradas as suas propriedades pessoais, era por natureza um só homem, por graça um só cristão, e por graça mais abundante um apóstolo, o primeiro dos Apóstolos. Mas Cristo disse a Pedro: Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus; tudo o que ligares sobre a terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares sobre a terra será desligado nos Céus. Em virtude destas palavras, Pedro ficou a representar a Igreja universal, que neste mundo é açoitada por todo o género de provações, como se fossem aguaceiros, raios e tempestades que investem contra ela, mas não desaba porque se funda sobre a Pedra, que deu o nome a Pedro.
Disse o Senhor: Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Era a resposta a Pedro que afirmara: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo. Quer Jesus significar: Sobre a pedra, que foi objecto da tua profissão de fé, edificarei Eu a minha Igreja. Aquela pedra era Cristo. Sobre este fundamento foi também edificado Pedro. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além daquele que está posto, isto é, Jesus Cristo.
Portanto, a Igreja, que tem por fundamento a Cristo, d’Ele recebeu na pessoa de Pedro as chaves do reino dos Céus, quer dizer, o poder de ligar e desligar os pecados. Esta Igreja é livre de todos os males, porque ama e segue a Cristo. Mas segue a Cristo mais de perto na pessoa daqueles que lutam pela verdade até à morte.