Pode o cálice ser preparado por um acólito e ser o mesmo a colocá-lo sobre o altar? Pode igualmente, ou não, ser a píxide ou patena com as hóstias a consagrar colocada sobre o altar por um acólito? A verdade é que nada está ainda consagrado mas há quem defenda que só o presbítero ou diácono o podem fazer.

As lições 46, 47, 48 de “O Livro do Acólito”, editado pelo Secretariado Nacional de Liturgia, tratam do serviço do acólito em três momentos da celebração da Eucaristia: primeiro na preparação do altar; segundo na apresentação solene dos dons; terceiro na apresentação simples dos dons. Aconselho o estimado consulente a ler essas três lições com cuidado, e a dar-se conta das possibilidades que nelas se apresentam. Peço-lhe também que leia os nn. 139-143 da IGMR (Missa sem diácono), o n.178 (Missa com diácono), para se dar conta de que a preparação do cálice só pode ser feita pelo sacerdote ou pelo diácono, e porquê, e nunca pelo acólito, e o n. 190, para ver, resumidamente, as funções do acólito nesse momento da celebração.
Embora seja verdade que na apresentação dos dons nada está consagrado, recordo-lhe que a consagração não é tudo na celebração. Há outras muitas coisas importantes a nível do simbolismo. Os acólitos devem estar muito conscientes de que pertence exclusivamente ao presidente colocar sobre o altar o pão e o vinho. O acólito não deve colocar directamente no altar a patena ou a píxide com o pão, nem o cálice com o vinho. O gesto de depor os dons (o pão e o vinho nos respectivos vasos sagrados) no altar, é exclusivamente sacerdotal. O n. 139 da IGMR diz que, no início da Liturgia eucarística, “o acólito ou outro ministro leigo coloca sobre o altar o corporal, o sanguinho, o cálice, a pala e o Missal”. O altar é o símbolo da mesa da última Ceia, ou, como diz o Pontifical da Dedicação da Igreja e do Altar, o altar é Cristo. Coloquemos sobre ele apenas aquilo que é estritamente necessário para a celebração: a toalha, o corporal, o sanguinho, o cálice e o Missal (eventualmente o microfone). Entregue-se nas mãos daquele que preside a patena com o pão (eventualmente as píxides), e apresentem-se-lhe as galhetas, para que ele deite no cálice o vinho e um pouco de água, ou faça-o o diácono, quando estiver presente, entregando-lhe em seguida o cálice já preparado. Aquele que preside à celebração, faz a apresentação dos dons em nome e na pessoa de Cristo.

Um colaborador do SNL.