Questões e respostas

Lugar do presidente e dos ministros na celebração da Eucaristia

Será correcto não salientar a presidência no presbitério? Será correcto, na celebração da Missa, sentarem-se num mesmo banco corrido, colocado junto do altar, o presidente e os diáconos? Será correcto sentar-se um acólito em cada ponta do referido banco quando existem bancos laterais para eles? Não seria mais correcto estarem os acólitos nos bancos laterais, dispostos em semicírculo com a presidência?

 

Começo por citar-lhe a Instrução Geral do Missal Romano. Espero que a letra das normas o leve a descobrir o espírito que lhes está subjacente.

Diz o n. 310 da IGMR: "A cadeira do sacerdote celebrante deve significar a sua função de presidente da assembleia e guia da oração. Por isso, o lugar mais indicado é ao fundo do presbitério, de frente para o povo, a não ser que a arquitectura da igreja ou outras circunstâncias o não permitam: por exemplo, se devido a uma distância excessiva se tornar difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia reunida, ou se o sacrário estiver situado ao centro, atrás do altar. Deve, porém, evitar-se todo o aspecto de trono".

Este texto é o ponto de partida para as respostas que lhe vou dar. Primeiro que tudo diz-se aqui que a cadeira presidencial deve significar. Nem sempre terá significado ou significará, e o texto alerta-nos para essa possibilidade. Há cadeiras presidenciais que são capazes de não possuir capacidade para "dizer", para significar que aquele que nelas se senta é o presidente daquela assembleia e guia da oração, funções que ele realiza na pessoa de Cristo (cf. n. 27). Isso poderá acontecer ou por não estarem no lugar mais indicado, ou por se encontrarem demasiado distantes da própria assembleia, ou por não se distinguirem de outras existentes no mesmo espaço do presbitério.

É para facilitar a sua colocação correcta que o texto afirma: o lugar mais indicado é ao fundo do presbitério, de frente para o povo.

Nem sempre, porém, será possível colocar a cadeira ao fundo do presbitério, como o insinua a própria Instrução ao acrescentar "a não ser que… algumas circunstâncias o não permitam". E indicam-se concretamente duas dessas circunstâncias: uma distância excessiva entre o sacerdote e a assembleia, ou se o sacrário estiver situado ao centro, atrás do altar.

Devo esclarecer que a disjuntiva "ou se o sacrário estiver situado ao centro, atrás do altar" apareceu pela primeira vez na última edição da Instrução Geral. Até aí, o texto dizia apenas: "por exemplo, se viesse a ficar demasiado distante e tornasse difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia dos fiéis".

Se este é, como penso, o sentido do texto acima transcrito, respondo agora, de maneira breve, às perguntas feitas: a) a utilização de uma cadeira própria é a melhor maneira de salientar a presidência da Eucaristia; b) essa cadeira deve distinguir-se, pela sua qualidade e beleza, de todas as outras colocadas no presbitério; c) penso que é incorrecto utilizar cadeiras iguais para o presidente, o diácono e os acólitos; d) fora das celebrações, ninguém deveria sentar-se na cadeira presidencial; e) penso que o presidente, os diáconos e os acólitos, durante a celebração da Eucaristia, não devem estar sentados lado a lado num mesmo banco corrido; f) penso que o assento do diácono, embora se coloque junto da cadeira presidencial, deve distinguir-se desta, exactamente por ser mero assento e não cadeira; g) penso que os assentos para os outros ministros, nomeadamente os acólitos, devem não só distinguir-se claramente dos do clero, mas também estar colocados, sempre que possível, e por razões óbvias, lateralmente em relação à assembleia, e não de frente.


Um colaborador do SNL