Questões e respostas
Impor e retirar a mitra ao bispo
Quando autorizado pelo mestre de cerimónias, há algum inconveniente que um acólito retire e ponha a mitra ao bispo, dado que ele poderá ficar também encarregado da mitra no resto da missa?
Pouco encontro, nas normas actuais, relativamente à mitra. Diz o Cerimonial: Quando o bispo toma as suas vestes litúrgicas, depois de vestir a casula "um dos diáconos impõe-lhe a mitra". Deduzo daqui que, quando está presente um diácono, é ele que impõe a mitra e a retira nos momentos próprios. E quando não houver diácono? Bom, nesse caso fá-lo-
-á o ministro que disso for encarregado pelo "mestre de cerimónias" ou pelo “responsável da celebração”.
Ao longo do Cerimonial dos Bispos, usam-se três expressões para falar da mitra: o bispo "recebe", "põe", "toma". Que significam elas? Devem querer dizer que umas vezes há quem entregue a mitra ao bispo, outras que ele próprio a coloca na cabeça e outras ainda que é ele que a toma directamente, sem que ninguém lha entregue.
Na celebração presidida pelo bispo deve haver um mestre de cerimónias ou responsável da celebração. Este, antes da celebração começar, deve combinar, com os acólitos, tudo o que cada um tem a fazer. Quando, no decurso da própria celebração, ele pedir a um deles que faça alguma coisa não previamente combinada, este só a deve fazer se souber. Caso contrário deve dizer que nunca fez isso. A liturgia não é lugar para “experiências” nem “invenções” de última hora.
O facto de um acólito ter como serviço segurar a mitra durante a celebração, não é razão suficiente para que seja ele próprio a entregá-la directamente ao bispo, e menos ainda para que lha ponha ou retire da cabeça, a não ser que tenha sido previamente incumbido de o fazer e tenha aprendido a fazê-lo. Na Liturgia, cada qual, ministro ou simples fiel, deve fazer tudo, mas só, o que lhe compete... e nada mais. Diz o ditado: “Mas quem te mandou a ti, sapateiro, tocar rabecão”!?
Um colaborador do SNL.